Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)
Daniel
Daniel, 6
1 Pareceu bem a Dario, e ele estabeleceu sobre o reino cento e vinte sátrapas que estariam sobre o reino inteiro;
2 e sobre eles três altos funcionários, dos quais Daniel era um, para que estes sátrapas lhes dessem continuamente o relatório e o próprio rei não saísse perdendo.
3 Foi então que este Daniel constantemente se distinguia entre os altos funcionários e os sátrapas, visto que havia nele um espírito*1 extraordinário; e o rei intencionava elevá-lo sobre todo o reino.
|
4 Naquele tempo, os próprios altos funcionários e os sátrapas procuravam constantemente achar um pretexto contra Daniel com respeito ao reino; mas não havia pretexto nem coisa corrupta alguma que pudessem achar, pois era digno de confiança, e não se achava nele nenhuma coisa negligente ou corrupta.
5 Por conseguinte, estes varões vigorosos diziam: “Não acharemos neste Daniel nenhum pretexto a não ser que [o] encontremos contra ele na lei de seu Deus.”*1
|
6 Concordemente, estes altos funcionários e sátrapas entraram em conjunto até o rei e disseram-lhe o seguinte: “Ó Dario, o rei, vive por tempos indefinidos.
7 Todos os altos funcionários do reino, os prefeitos e os sátrapas, os altos funcionários reais e os governadores, em conselho, deliberaram estabelecer um estatuto real e pôr em vigor um interdito, de que todo aquele que fizer petição a qualquer deus ou homem*1 sem ser a ti, durante trinta dias, ó rei, seja lançado na cova dos leões.
|
8 Agora, ó rei, estabelece o estatuto e assina a escritura, para que não seja mudado, segundo a lei dos medos e dos persas, que é irrevogável.”
9 Em conformidade com isso, o próprio Rei Dario assinou a escritura e o interdito.
10 Daniel, porém, assim que soube que se assinara a escritura, entrou na sua casa, e, com as janelas do seu quarto de terraço abertas para ele do lado de Jerusalém, foi pôr-se de joelhos, até mesmo três vezes por dia, e orava e oferecia louvor perante seu Deus,*1 assim como havia feito regularmente antes disso.
|
11 Então estes mesmos varões vigorosos entraram em massa e acharam Daniel fazendo petição e implorando favor perante seu Deus.
12 Foi então que se chegaram e disseram perante o rei a respeito do interdito do rei: “Não assinaste um interdito no sentido de que todo homem que fizesse uma petição a qualquer deus ou homem sem ser a ti, durante trinta dias, ó rei, fosse lançado na cova dos leões?” O rei respondeu e disse: “O assunto está bem estabelecido segundo a lei dos medos e dos persas, que é irrevogável.”
13 Responderam imediatamente e disseram perante o rei: “Daniel, que é dos exilados*1 de Judá, não fez caso de ti, ó rei, nem do interdito que assinaste, mas está fazendo a sua petição três vezes por dia.”
|
14 Por conseguinte, assim que o rei ouviu a palavra, desagradava-lhe isso muito, e ele fixou a mente em Daniel para salvá-lo; e até o pôr-do-sol se esforçava em livrá-lo.
15 Por fim entraram estes mesmos varões vigorosos em conjunto até o rei e disseram ao rei: “Fica sabendo, ó rei, que a lei dos medos e dos persas é que qualquer interdito ou estatuto estabelecido pelo próprio rei é imutável.”
16 Concordemente, o próprio rei deu ordens,*1 e trouxeram Daniel e o lançaram na cova dos leões. O rei respondeu e disse a Daniel: “Teu Deus,*2 a quem serves com constância, ele mesmo te salvará.”
|
17 E trouxe-se uma pedra e ela foi colocada sobre a boca da cova, e o rei selou-a com o seu anel de sinete e com o anel de sinete dos seus grandes, para que não se mudasse nada no caso de Daniel.
18 Então, o rei foi ao palácio e passou a noite jejuando, e não se levaram perante ele nenhuns instrumentos musicais,*1 e fugia-lhe o próprio sono.
|
19 Finalmente, o próprio rei, de madrugada, passou a levantar-se ao clarear o dia e foi apressadamente à cova dos leões.
20 E ao chegar perto da cova, clamou com voz triste a Daniel. O rei falou e disse a Daniel: “Ó Daniel, servo do Deus vivente, pôde o teu Deus,*1 a quem serves com constância, salvar-te dos leões?”
|
21 O próprio Daniel falou imediatamente ao rei: “Ó rei, vive por tempos indefinidos.
22 Meu próprio Deus enviou seu anjo e fechou a boca dos leões, e eles não me causaram dano, pois diante dele se achou em mim a própria inocência; e também perante ti, ó rei, não fiz nada prejudicial.”
23 Nisso o próprio rei se alegrou muito e ordenou que o próprio Daniel fosse retirado da cova. E Daniel foi retirado da cova e não se achou nenhum dano nele, porque confiara em seu Deus.
24 E o rei deu ordens, e trouxeram aqueles varões vigorosos que acusaram*1 a Daniel e lançaram-nos na cova dos leões, [com] seus filhos e suas esposas; e nem tinham atingido o fundo quando os leões já os dominaram, e foram esmiuçados todos os seus ossos.
|
25 Foi então que o próprio Dario,*1 o rei, escreveu a todos os povos, grupos nacionais e línguas que habitavam em toda a terra: “Aumente muito a vossa paz!
|
26 De diante de mim se deu ordem para que em todo o domínio do meu reino as pessoas tremam e temam diante do Deus de Daniel. Porque ele é o Deus vivente e Aquele que permanece por tempos indefinidos, e seu reino é um que não será arruinado e seu domínio*1 é para sempre.*2
|
27 Ele salva, e livra, e realiza sinais e maravilhas nos céus e na terra, pois salvou a Daniel da pata dos leões.”
28 E quanto a este Daniel, ele prosperou no reino de Dario*1 e no reino de Ciro,*2 o persa.
|