Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

Marcos

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Marcos, 6

1 E ele partiu dali e entrou no seu próprio território, e seus discípulos o seguiram.

2 Chegando o sábado, principiou a ensinar na sinagoga; e a maioria dos ouvintes ficaram assombrados e disseram: “Onde obteve este homem tais coisas? E por que foi dada tal sabedoria a este homem, e se realizam tais obras poderosas pelas suas mãos?

3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e José,*1 e Judas, e Simão? E não estão as suas irmãs aqui conosco?” Começaram assim a tropeçar por causa dele.

  1. “José”, אVg; ABCDSyh,p, “Josés”.

4 Mas Jesus prosseguiu a dizer-lhes: “O profeta não passa sem honra a não ser no seu próprio território, e entre os seus parentes e na sua própria casa.”

5 Assim, não pôde fazer ali nenhuma obra poderosa, exceto pôr as suas mãos sobre alguns doentios e curá-los.

6 Deveras, admirou-se de sua falta de fé. E percorreu as aldeias num circuito, ensinando.

7 Convocou então os doze e principiou a enviá-los de dois em dois, e começou a dar-lhes autoridade sobre os espíritos impuros.

8 Deu-lhes também ordens de não levarem nada para a viagem, a não ser apenas um bastão, nem pão, nem alforje, nem dinheiro de cobre nos bolsos dos seus cintos,

9 mas de amarrarem sandálias, e de não usarem duas peças de roupa interior.

10 Outrossim, disse-lhes: “Onde quer que entrardes numa casa, ficai ali até sairdes daquele lugar.

11 E qualquer lugar que não vos receber, nem vos ouvir, ao sairdes dali, sacudi fora a sujeira que está debaixo dos vossos pés, em testemunho*1 para eles.”

  1. “Testemunho.” Gr.: mar·tý·ri·on; lat.: te·sti·mó·ni·um.

12 Partiram assim e pregavam, a fim de que as pessoas se arrependessem;

13 e expulsavam muitos demônios, e untavam muitos doentios com óleo e os curavam.

14 Ora, isso chegou aos ouvidos do Rei Herodes, pois o nome de *1 tornara-se público e as pessoas diziam:*2 “João, o batizador,*3 tem sido levantado dentre os mortos, e por esta razão operam nele as obras poderosas.”

  1. Lit.: “pois o nome dele”.

  2. “As pessoas diziam”, BW; אACSyh,p,s: “ele dizia”.

  3. Ou “imersor, submersor (mergulhador)”. Gr.: ba·ptí·zon.

15 Mas outros diziam: “É Elias.” Ainda outros diziam: “É um profeta semelhante a um dos profetas.”

16 Ouvindo-o, porém, Herodes começou a dizer: “O João a quem eu decapitei, este é o que tem sido levantado.”

17 Pois o próprio Herodes mandara prender João e amarrá-lo na prisão, por causa de Herodias, esposa de Filipe, seu irmão, porque se tinha casado com ela.

18 Pois João dissera várias vezes a Herodes: “Não te é lícito ter a esposa de teu irmão.”

19 Herodias, porém, nutria ressentimento contra ele e queria matá-lo, mas não podia.

20 Porque Herodes tinha temor de João, sabendo que era homem justo e santo; e guardava-o a salvo. E, ao ouvi-lo, estava muito perplexo quanto a que fazer; contudo, continuava a ouvi-lo de bom grado.

21 Chegou, porém, um dia conveniente, no seu aniversário natalício, em que Herodes ofereceu uma refeição noturna a seus dignitários e comandantes militares,*1 e aos principais da Galiléia.

  1. Lit.: “os quiliarcas”. Gr.: khi·li·ár·khois, “comandantes de 1.000 soldados”; lat.: tri·bú·nis.

22 E entrou a filha desta mesma Herodias e dançou, e ela agradou a Herodes e aos que se recostavam com ele. O rei disse à donzela: “Pede-me o que quiseres, e eu to darei.”

23 Sim, jurou-lhe: “O que for que me pedires, até a metade do meu reino, eu to darei.”

24 E ela saiu e disse à sua mãe: “Que devo pedir?” Ela disse: “A cabeça de João, o batizador.”

25 E entrando logo apressadamente, foi ter com o rei e fez a sua solicitação, dizendo: “Quero que me dês imediatamente, numa travessa, a cabeça de João Batista.”

26 Embora o rei ficasse profundamente contristado, contudo, não quis desconsiderá-la, em vista dos juramentos e dos que se recostavam à mesa.

27 O rei mandou assim imediatamente um guarda pessoal e ordenou-lhe que trouxesse a cabeça dele. E ele foi e o decapitou na prisão,

28 e trouxe a cabeça dele numa travessa, e a deu à donzela, e a donzela a deu à sua mãe.

29 Quando os discípulos dele ouviram isso, vieram e tomaram seu cadáver, e o deitaram num túmulo memorial.

30 E os apóstolos ajuntaram-se diante de Jesus e relataram-lhe todas as coisas que tinham feito e ensinado.

31 E ele lhes disse: “Vinde, vós mesmos, em particular, a um lugar solitário, e descansai um pouco.” Porque havia muitos que vinham e iam, e não tinham folga nem para tomar uma refeição.

32 Por isso se afastaram no barco para um lugar solitário, à parte.

33 Havia, porém, quem os viu partir e muitos ficaram sabendo disso, e afluíram para lá a pé, de todas as cidades, e chegaram primeiro que eles.

34 Ora, ao desembarcar, ele viu uma grande multidão, mas teve pena deles, porque eram como ovelhas sem pastor. E principiou a ensinar-lhes muitas coisas.

35 A hora, então, já ficara avançada, e seus discípulos aproximaram-se dele e começaram a dizer: “O lugar é isolado e a hora já está avançada.

36 Despede-os, para que possam ir à zona rural e às aldeias circunvizinhas, e comprar para si algo para comer.”

37 Em resposta, disse-lhes: “Dai-lhes vós algo para comer.” Disseram-lhe então: “Devemos ir e comprar pães no valor de duzentos denários,*1 e dar [os pães] ao povo para comer?”

  1. O denário era uma moeda romana de prata que pesava 3,85 g.

38 Disse-lhes ele: “Quantos pães tendes? Ide ver!” Depois de averiguarem isso, disseram-lhe: “Cinco, além de dois peixes.”

39 E ele mandou que todos se recostassem por companhias na grama verde.

40 E eles se deitaram em grupos de cem e de cinqüenta.

41 Tomando então os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e proferiu uma bênção, e partiu os pães e começou a dá-los aos discípulos, para que estes os pusessem diante das pessoas; e repartiu os dois peixes entre todos.

42 Todos comeram assim e ficaram satisfeitos;

43 e recolheram os pedaços, doze cestos cheios, além dos peixes.

44 Ademais, os que comeram dos pães foram cinco mil homens.

45 E ele, sem demora, compeliu os discípulos a entrar no barco e a passar adiante, para a margem oposta, para Betsaida, enquanto ele mesmo despedia a multidão.

46 Mas, depois de despedir-se deles, subiu a um monte para orar.

47 Tendo então anoitecido, o barco estava no meio do mar, mas ele estava sozinho em terra.

48 E quando viu que tinham dificuldade no remar, porque o vento lhes era contrário, dirigiu-se a eles por volta da quarta vigília da noite,*1 andando sobre o mar; mas estava inclinado a passar por eles.

  1. Veja 13:35 n. e Mt 14:25 n.

49 Quando o avistaram andando sobre o mar, pensaram: “É uma aparição!” e clamaram em voz alta.

50 Pois todos eles o viram e ficaram aflitos. Mas, falou-lhes imediatamente e disse-lhes: “Coragem! Sou eu; não temais.”

51 E subiu para junto deles no barco, e o vento cessou. Em vista disso, ficaram grandemente pasmados no seu íntimo,

52 porque não tinham compreendido o significado dos pães, mas os seus corações continuavam obtusos no entendimento.

53 E tendo feito a travessia, chegaram a Genesaré e ancoraram perto.

54 Mas, assim que saíram do barco, as pessoas o reconheceram

55 e percorreram toda aquela região, e principiaram a carregar em macas os que estavam adoentados, para onde souberam que ele estava.

56 E onde quer que entrasse em aldeias ou em cidades, ou na zona rural, colocavam os doentes nas feiras e imploravam-lhe que pudessem tocar pelo menos a orla de sua roupa exterior. E quantos a tocavam, ficavam bons.*1

  1. Ou “eram salvos”.