Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)
Marcos
Marcos, 15
1 E logo ao amanhecer, os principais sacerdotes, com os anciãos e os escribas, sim, o Sinédrio inteiro, realizaram uma consulta, e amarraram Jesus e o levaram e entregaram a Pilatos.
2 De modo que Pilatos o interrogou: “És tu o rei dos judeus?” Respondendo-lhe, disse: “Tu mesmo [o] dizes.”
3 Mas os principais sacerdotes passaram a acusá-lo de muitas coisas.
4 Pilatos começou então a interrogá-lo novamente, dizendo: “Não respondes nada? Vê quantas acusações lançam contra ti.”
5 Mas Jesus não respondeu mais, de modo que Pilatos começou a maravilhar-se.
6 Ora, de festividade em festividade, ele costumava soltar-lhes um preso, aquele que requeressem.
7 Naquele tempo havia o chamado Barrabás preso com os sediciosos, que na sua sedição haviam cometido assassínio.
8 A multidão chegou-se assim e principiou a requerer segundo o que ele costumava fazer para eles.
9 Pilatos respondeu-lhes, dizendo: “Quereis que eu vos livre o rei dos judeus?”
10 Pois ele se apercebia de que os principais sacerdotes o tinham entregado por inveja.
11 Mas os principais sacerdotes atiçaram a multidão para que lhes livrasse antes a Barrabás.
12 Novamente, em resposta, Pilatos dizia-lhes: “O que hei de fazer então com aquele a quem chamais de rei dos judeus?”
13 Mais uma vez clamaram: “Para a estaca com ele!”*1
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14 Mas Pilatos prosseguiu a dizer-lhes: “Ora, o que fez ele de mal?” Todavia, clamaram tanto mais: “Para a estaca com ele!”
15 Em vista disso, Pilatos, desejando satisfazer a multidão, livrou-lhes Barrabás, e, depois de mandar Jesus ser chicoteado, entregou-o para ser pregado numa estaca.
16 Os soldados levaram-no então ao pátio, isto é, ao palácio do governador; e convocaram todo o corpo de tropa,
17 e cobriram-no de púrpura e trançaram uma coroa de espinhos e a puseram nele.
18 E principiaram a cumprimentá-lo: “Bom dia, ó Rei dos judeus!”
19 Batiam-lhe também com uma cana na cabeça e cuspiam nele, e, dobrando os joelhos, prestavam-lhe homenagem.
20 Por fim, depois de se terem divertido às custas dele, tiraram-lhe a púrpura e puseram-lhe sua roupagem exterior. E levaram-no fora para o pregarem numa estaca.*1
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21 Obrigaram também um transeunte que vinha do campo, certo Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo, a prestar serviço por levar a sua estaca de tortura.*1
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22 Trouxeram-no assim ao lugar de Gólgota, que significa, traduzido, Lugar da Caveira.*1
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23 Ali tentaram dar-lhe vinho misturado com mirra, mas ele não quis tomá-lo.
24 E pregaram-no numa estaca e distribuíram sua roupagem exterior por lançarem sortes sobre ela, quanto a quem havia de ficar com quê.
25 Era então a terceira hora,*1 e pregaram-no numa estaca.
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26 E a inscrição de acusação estava escrita mais acima: “O Rei dos Judeus.”
27 Além disso, junto com ele, pregaram também em estacas dois salteadores, um à sua direita e outro à sua esquerda.
28 *1 ——
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29 E os que passavam por ali falavam dele de modo ultrajante, sacudindo a cabeça e dizendo: “Ora! Tu, pretenso derrubador do templo*1 e construtor dele no tempo de três dias,
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30 salva-te por descer da estaca de tortura.”
31 De maneira similar, também os principais sacerdotes divertiam-se entre si, com os escribas, e diziam: “A outros ele salvou; a si mesmo não pode salvar!
32 Desça agora da estaca de tortura o Cristo, o Rei de Israel, para que vejamos e creiamos.” Vituperaram-no até mesmo os que com ele foram pregados em estacas.
33 Quando veio a sexta hora,*1 caiu escuridão sobre todo o país, até à nona hora.*2
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34 E à nona hora, Jesus clamou com voz alta: “Eli, Eli, lama sabactâni?”*1 que significa, traduzido: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”
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35 E alguns dos parados por perto, ouvindo isso, começaram a dizer: “Eis que está chamando Elias.”*1
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36 Mas um [deles] correu, ensopou uma esponja em vinho acre, colocou-a numa cana e começou a dar-lhe de beber, dizendo: “Deixai[-o]! Vejamos se Elias vem tirá-lo dali.”
37 Mas Jesus deu um alto grito e expirou.
38 E a cortina do santuário*1 rasgou-se em dois, de alto a baixo.
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39 Ora, quando o oficial do exército,*1 que estava presente, tendo-o sob as vistas, viu que tinha expirado nestas circunstâncias, disse: “Certamente este homem era o Filho de Deus.”*2
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40 Havia ali também mulheres observando de certa distância, entre as quais Maria Madalena, bem como Maria, a mãe de Tiago, o Menor, e de Josés,*1 e Salomé,
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41 que costumavam acompanhá-lo e ministrar-lhe quando ele estava na Galiléia, e muitas outras mulheres, que vieram com ele a Jerusalém.
42 A tarde já estava então avançada, e, visto ser a Preparação, isto é, o dia antes do sábado,
43 veio José de Arimatéia, membro bem conceituado do Conselho, que também aguardava o reino de Deus. Ele tomou ânimo para comparecer perante Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
44 Mas, Pilatos perguntava-se se já estaria morto, e, convocando o oficial do exército, perguntou-lhe se já tinha morrido.
45 Assim, depois de certificar-se por intermédio do oficial do exército, concedeu a José o cadáver.
46 Concordemente, ele comprou linho fino e tirou-o dali, enrolou-o no linho fino e deitou-o num túmulo aberto na rocha; e rolou uma pedra à porta do túmulo memorial.
47 Maria Madalena e Maria, a mãe de Josés,*1 porém, continuavam a olhar para onde tinha sido deitado.
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