Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

Marcos

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Marcos, 9

1 Ainda mais, prosseguiu a dizer-lhes: “Deveras, eu vos digo: Há alguns dos que estão parados aqui, que não provarão absolutamente a morte, até que primeiro vejam o reino de Deus já vindo em poder.”

2 Concordemente, seis dias depois, Jesus tomou a Pedro, e a Tiago, e a João, e os levou a sós a um alto monte. E ele foi transfigurado diante deles,

3 e sua roupagem exterior tornou-se cintilante, muito mais branca do que qualquer lavadeiro na terra poderia alvejar.

4 Apareceu-lhes também Elias com Moisés, e estes estavam conversando com Jesus.

5 E, como resposta, Pedro disse a Jesus: “Rabi, é excelente que estejamos aqui; armemos, pois, três tendas, uma para ti, e uma para Moisés, e uma para Elias.”

6 De fato, não sabia que resposta devia dar, porque ficaram bastante temerosos.

7 E formou-se uma nuvem, encobrindo-os, e uma voz saiu da nuvem: “Este é meu Filho, o amado; escutai-o.”

8 Repentinamente, porém, olharam em volta e não viram mais ninguém com eles, a não ser apenas Jesus.

9 Ao descerem do monte, ordenou-lhes expressamente que não relatassem a ninguém o que viram, até depois de o Filho do homem se ter levantado dentre os mortos.

10 E tomaram a palavra a peito,*1 mas discutiram entre si o que significava este levantamento dentre os mortos.

  1. Ou “guardaram a palavra para si mesmos”.

11 E começaram a interrogá-lo, dizendo: “Por que dizem os escribas que primeiro tem de vir Elias?”

12 Disse-lhes ele: “Elias vem primeiro e restabelece todas as coisas; mas, como é que está escrito a respeito do Filho do homem, que ele tem de passar por muitos sofrimentos e não ser tido em conta?

13 Mas eu vos digo: Elias, de fato, já veio, e fizeram com ele quantas coisas quiseram, assim como está escrito a seu respeito.”

14 Ao chegarem então perto dos outros discípulos, notaram uma grande multidão em volta deles e escribas discutindo com eles.

15 Mas, assim que toda a multidão o avistou, ficaram atônitos, e, correndo para ele, começaram a cumprimentá-lo.

16 E ele lhes perguntou: “O que estais discutindo com eles?”

17 E um da multidão respondeu-lhe: “Instrutor, eu te trouxe meu filho, porque tem um espírito sem fala;

18 e, onde quer que o apanhe, lança-o ao chão, e ele espuma e range os dentes, e perde a sua força. E eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não foram capazes.”

19 Em resposta, ele lhes disse: “Ó geração sem fé, até quando terei de continuar convosco? Até quando terei de suportar-vos? Trazei-mo.”

20 De modo que lho trouxeram. Mas à vista dele, o espírito lançou *1 imediatamente em convulsões, e depois de ele cair ao chão, rolava por ali espumando.

  1. Lit.: “lançou-o”.

21 E perguntou ao pai dele: “Há quanto tempo lhe acontece isso?” Ele disse: “Desde a infância;

22 e repetidas vezes o lança tanto no fogo como na água para o destruir. Mas, se puderes fazer algo, tem pena de nós e ajuda-nos.”

23 Jesus disse-lhe: “Esta expressão: ‘Se puderes’! Ora, todas as coisas podem suceder ao que tem fé.”

24 Clamando imediatamente, o pai do menino dizia: “Tenho fé! Ajuda-me onde necessito de fé!”*1

  1. Lit.: “Ajuda a minha falta de fé!”

25 Jesus, observando então que a multidão afluía, censurou o espírito impuro, dizendo-lhe: “Espírito sem fala e surdo, ordeno-te que saias dele e não entres mais nele.”

26 E depois de clamar e de passar por muitas convulsões, saiu; e [o menino] ficou como que morto, de modo que a maioria deles dizia: “Ele está morto!”

27 Mas Jesus o tomou pela mão e o levantou, e ele se ergueu.

28 Assim, depois de entrar numa casa, seus discípulos passaram a perguntar-lhe em particular: “Por que não o pudemos expulsar?”

29 E ele lhes disse: “Esta espécie não pode sair exceto por oração.”

30 Partiram dali e passaram através da Galiléia, mas ele não quis que se soubesse disso.

31 Pois estava ensinando os seus discípulos e dizia-lhes: “O Filho do homem há de ser entregue*1 às mãos dos homens, e matá-lo-ão; mas, embora seja morto, será levantado três dias depois.”

  1. Ou “traído”.

32 No entanto, não estavam entendendo a declaração e tinham medo de interrogá-lo.

33 E entraram em Cafarnaum. Então, quando ele estava dentro da casa, fez-lhes a pergunta: “Sobre que estáveis disputando na estrada?”

34 Eles ficaram calados, pois, na estrada tinham disputado entre si quem era maior.

35 Assentou-se assim, chamou os doze e disse-lhes: “Se alguém quer ser o primeiro, tem de ser o último de todos e ministro de todos.”

36 E tomou uma criancinha, postou-a no meio deles, e, pondo os seus braços em volta dela, disse-lhes:

37 “Todo aquele que receber uma dessas criancinhas à base do meu nome, a mim me recebe; e todo aquele que me receber, recebe não [só] a mim, mas [também] aquele que me enviou.”

38 João disse-lhe: “Instrutor, vimos certo homem expulsar demônios pelo uso de teu nome, e tentamos impedi-lo, porque não nos acompanhava.”

39 Mas Jesus disse: “Não tenteis impedi-lo, porque ninguém há que faça uma obra poderosa à base do meu nome que logo possa injuriar-me;

40 pois quem não é contra nós, é por nós.

41 Porque quem vos der um copo de água a beber em razão de pertencerdes a Cristo, deveras, eu vos digo que de nenhum modo perderá a sua recompensa.

42 Mas, quem fizer tropeçar a um destes pequenos que crêem, melhor lhe seria que se lhe pusesse em volta do pescoço uma mó daquelas que o burro faz girar e que fosse realmente lançado no mar.

43 “E se a tua mão te fizer alguma vez tropeçar, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado, do que ires com as duas mãos para a Geena,*1 para o fogo inextinguível.

  1. Veja Ap. 4C.

44 *1 ——

  1. אBCW omitem isso; AD: “onde o seu gusano não morre e o fogo não se extingue”. (Veja v. 48.)

45 E, se o teu pé te fizer tropeçar, corta-o; melhor te é entrares na vida coxo, do que seres com os dois pés lançado na Geena.

46 *1 ——

  1. אBCW omitem isso; AD: “onde o seu gusano não morre e o fogo não se extingue”. (Veja v. 48.)

47 E, se o teu olho te fizer tropeçar, lança-o fora; melhor te é entrares com um olho no reino de Deus, do que seres com os dois olhos lançado na Geena,

48 onde o seu gusano não morre e o fogo não se extingue.

49 “Porque cada um tem de ser salgado com fogo.

50 O sal é excelente; mas, se o sal perder a sua força,*1 com que é que o temperareis? Tende sal em vós mesmos e mantende a paz entre vós.”

  1. Ou então, “ficar sem salinidade”.