Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

Lucas

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Lucas, 6

1 Aconteceu então, num sábado, que ele estava passando pelas searas, e seus discípulos arrancavam e comiam espigas, esfregando-as nas mãos.

2 Vendo isso, alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é lícito no sábado?”

3 Mas Jesus disse-lhes, em resposta: “Nunca lestes o que Davi fez quando ele e os homens com ele ficaram com fome?

4 Que entrou na casa de Deus e recebeu os pães da apresentação,*1 e que comeu e deu também aos homens que estavam com ele, os quais a ninguém é lícito comer, exceto somente aos sacerdotes?”

  1. Ou “pães da proposição”.

5 E prosseguiu a dizer-lhes: “Senhor do sábado é o que é o Filho do homem.”

6 No decorrer de outro sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. E havia ali um homem cuja mão direita estava ressequida.

7 Os escribas e fariseus observavam-no então de perto para ver se havia de curar no sábado, a fim de acharem um modo de acusá-lo.

8 Ele sabia, porém, dos seus raciocínios; contudo, disse ao homem com a mão ressequida: “Levanta-te e fica em pé no centro.” E ele se levantou e ficou em pé.

9 Jesus disse-lhes então: “Eu vos pergunto: É lícito, no sábado, fazer o bem ou causar dano, salvar ou destruir uma alma?”*1

  1. Ou “uma vida”. Gr.: psy·khén; J17,18,22(hebr.): né·fesh. Veja Ap. 4A.

10 E, depois de olhar em volta para todos eles, disse ao homem:*1 “Estende a tua mão.” E ele fez isso, e a sua mão foi restabelecida.

  1. Lit.: “disse-lhe”.

11 Mas eles se encheram de insensatez e começaram a falar entre si sobre o que poderiam fazer a Jesus.

12 Na continuação daqueles dias, ele foi para o monte, a fim de orar, e continuou a noite inteira em oração a Deus.

13 Mas, quando ficou dia, chamou a si os seus discípulos e escolheu dentre eles doze, aos quais também deu o nome de “apóstolos”:

14 Simão, a quem também deu o nome de Pedro, e André, seu irmão, e Tiago e João, e Filipe e Bartolomeu,

15 e Mateus e Tomé, e Tiago, [filho] de Alfeu, e Simão, chamado “zeloso”,*1

  1. “Zeloso.” Ou “Zelote; Entusiasta”. Gr.: Ze·lo·tén.

16 e Judas, [filho] de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou traidor.

17 E, descendo com eles, postou-se num lugar plano, e havia ali uma grande multidão de seus discípulos e uma grande multidão de povo de toda a Judéia e de Jerusalém, e do país marítimo de Tiro e Sídon, que vieram para ouvi-lo e para ser curados de suas doenças.

18 Até mesmo os aflitos com espíritos impuros foram curados.

19 E toda a multidão procurava tocá-lo, porque saía dele poder e sarava a todos eles.

20 E ele ergueu os olhos para os seus discípulos e começou a dizer: “Felizes*1 sois vós, pobres, porque vosso é o reino de Deus.

  1. “Felizes.” Gr.: Ma·ká·ri·oi; lat.: be·á·ti, que é a base do termo “beatitudes”.

21 “Felizes sois vós os que agora tendes fome, porque sereis saciados. “Felizes sois vós os que agora chorais, porque haveis de rir.

22 “Felizes sois sempre que os homens vos odiarem, e sempre que vos excluírem, e vos vituperarem, e lançarem fora o vosso nome, como iníquo, por causa do Filho do homem.

23 Alegrai-vos naquele dia e pulai, pois, eis que a vossa recompensa é grande no céu, porque estas são as mesmas coisas que os antepassados deles costumavam fazer aos profetas.

24 “Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes plenamente a vossa consolação.

25 “Ai de vós os que agora estais saciados, porque passareis fome. “Ai, vós que agora rides, porque pranteareis e chorareis.

26 “Ai, sempre que todos os homens falarem bem de vós, porque coisas como essas são as que os antepassados deles fizeram aos falsos profetas.

27 “Mas, eu digo a vós, os que estais escutando: Continuai a amar os vossos inimigos, a fazer o bem aos que vos odeiam,

28 a abençoar os que vos amaldiçoam, a orar pelos que vos insultam.

29 Àquele que te bater numa face, oferece também a outra; e a quem te tirar a tua roupa exterior, não negues nem mesmo a roupa interior.

30 Dá a todo o que te pedir, e daquele que te tirar tuas coisas, não [as] peças de volta.

31 “Também, assim como quereis*1 que os homens façam a vós, fazei*2 do mesmo modo a eles.

  1. Lit.: “estais dispostos”.

  2. Lit.: “estai fazendo”.

32 “E, se amardes aos que vos amam, de que mérito é isso para vós? Pois até mesmo os pecadores amam aos que os amam.

33 E, se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, realmente, de que mérito é isso para vós? Até os pecadores fazem o mesmo.

34 Também, se emprestardes [sem juros] àqueles de quem esperais receber, de que mérito é isso para vós? Até mesmo pecadores emprestam [sem juros] a pecadores, para receberem de volta o mesmo.

35 Ao contrário, continuai a amar os vossos inimigos e a fazer o bem, e a emprestar [sem juros], não esperando nada de volta; e a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque ele é benigno para com os ingratos e os iníquos.

36 Continuai a tornar-vos misericordiosos, assim como vosso Pai é misericordioso.

37 “Além disso, parai de julgar, e de modo algum sereis julgados; e parai de condenar, e de modo algum sereis condenados. Persisti em livrar, e sereis livrados.

38 Praticai o dar, e dar-vos-ão. Derramarão em vosso regaço*1 uma medida excelente, recalcada, sacudida e transbordante. Pois, com a medida com que medis, medirão a vós em troca.”

  1. Ou “seio; peito”.

39 Contou-lhes, então, também, uma ilustração: “Será que um cego pode guiar um cego? Não cairão ambos numa cova?

40 O aluno não está acima do seu instrutor, mas, todo aquele que for perfeitamente instruído será semelhante ao seu instrutor.

41 Então, por que olhas para o argueiro no olho de teu irmão, mas não observas a trave no teu próprio olho?

42 Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, permite-me tirar o argueiro no teu olho’, enquanto tu mesmo não estás olhando para a trave naquele olho teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu próprio olho, e então verás claramente como tirar o argueiro no olho de teu irmão.

43 “Pois não há árvore excelente que produza fruto podre; novamente, não há árvore podre que produza fruto excelente.

44 Pois cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto. Por exemplo, não se colhem figos de espinhos, nem se cortam uvas dum espinheiro.

45 O homem bom, do bom tesouro do seu coração, traz para fora o bom, mas o homem iníquo, do seu [tesouro] iníquo, traz para fora o que é iníquo; pois é da abundância do coração que a sua boca fala.

46 “Por que, então, me chamais de ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo?

47 Todo aquele que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante:

48 Ele é semelhante a um homem construindo uma casa, que cavou e desceu fundo, e lançou o alicerce sobre a rocha. Conseqüentemente, quando veio uma enchente, o rio lançou-se contra aquela casa, mas não foi bastante forte para abalá-la, por ter sido bem construída.

49 Por outro lado, aquele que ouve e não faz, é semelhante a um homem que construiu uma casa em solo sem alicerce. O rio lançou-se contra ela e ela se desmoronou imediatamente, e a ruína daquela casa tornou-se grande.”