Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

Lucas

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Lucas, 20

1 Num dos dias em que estava ensinando o povo no templo e declarando as boas novas, aproximaram-se os principais sacerdotes e os escribas, com os anciãos,

2 e falaram sem rebuços, dizendo-lhe: “Dize-nos com que autoridade fazes estas coisas, e quem é que te deu esta autoridade.”

3 Ele lhes disse, em resposta: “Eu também vos farei uma pergunta, e vós, dizei-me:

4 Foi o batismo*1 de João do céu ou dos homens?”

  1. Ou “imersão; submersão (mergulho)”. Gr.: bá·pti·sma.

5 Tiraram então conclusões entre si, dizendo: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele dirá: ‘Por que é que não acreditastes nele?’

6 Mas, se dissermos: ‘Dos homens’, o povo todo nos apedrejará, pois estão persuadidos de que João era profeta.”

7 De modo que responderam que não sabiam a sua fonte.

8 E Jesus disse-lhes: “Tampouco eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.”

9 Então, principiou a contar ao povo a seguinte ilustração: “Um homem plantou um vinhedo e o arrendou a lavradores, e viajou para fora, por bastante tempo.

10 Mas, na época devida, enviou um escravo aos lavradores, para que lhe dessem dos frutos do vinhedo. Os lavradores, porém, mandaram-no embora de mãos vazias, depois de o espancarem.

11 Mas ele repetiu [isso] e lhes enviou um escravo diferente. A este também espancaram e desonraram, e mandaram embora de mãos vazias.

12 Contudo, mais uma vez mandou um terceiro; a este também feriram e lançaram fora.

13 Em vista disso, o dono do vinhedo disse: ‘Que farei? Enviarei o meu filho, o amado. É provável que respeitem a este.’

14 Quando os lavradores o avistaram, raciocinaram entre si, dizendo: ‘Este é o herdeiro; matemo-lo, para que a herança se torne nossa.’

15 Com isso lançaram-no fora do vinhedo e o mataram. O que, portanto, lhes fará o dono do vinhedo?

16 Virá e destruirá esses lavradores e dará o vinhedo a outros.” Ouvindo [isso], disseram: “Que isso nunca aconteça!”

17 Mas ele olhou para eles e disse: “Que significa então aquilo que está escrito: ‘A pedra que os construtores rejeitaram, esta se tem tornado a principal pedra angular’?

18 Todo aquele que cair sobre esta pedra, será despedaçado. Quanto àquele sobre quem ela cair, será pulverizado por ela.”

19 Os escribas e os principais sacerdotes procuravam então, naquela mesma hora, deitar mãos nele, mas temiam o povo; porque percebiam que contara esta ilustração pensando neles.

20 E, depois de o observarem de perto, enviaram homens secretamente contratados para pretenderem ser justos, a fim de que o pudessem apanhar na palavra, para o entregarem ao governo e à autoridade do governador.

21 E interrogaram-no, dizendo: “Instrutor, sabemos que falas e ensinas corretamente e não mostras parcialidade, mas que ensinas o caminho de Deus em harmonia com a verdade:

22 É lícito ou não que paguemos imposto a César?”*1

  1. Ou “ao imperador”. Gr.: Kaí·sa·ri; lat.: Caé·sa·ri.

23 Mas ele percebia a sua astúcia, e disse-lhes:

24 “Mostrai-me um denário.*1 A imagem e inscrição de quem está nele?” Disseram: “De César.”

  1. Este era uma moeda romana de prata que pesava 3,85 g.

25 Disse-lhes ele: “De todos os modos, pois, pagai de volta a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus.”

26 Bem, não foram capazes de apanhá-lo nesta declaração perante o povo, mas, pasmados com a resposta dele, não disseram nada.

27 No entanto, chegaram-se alguns dos saduceus, aqueles que dizem não haver ressurreição, e interrogaram-no,

28 dizendo: “Instrutor, Moisés nos escreveu: ‘Se morrer o irmão dum homem que tiver esposa, mas não tiver filhos, seu irmão deve tomar a esposa e suscitar dela descendência para seu irmão.’

29 Concordemente, havia sete irmãos; e o primeiro tomou uma esposa e morreu sem filhos.

30 De modo que o segundo

31 e o terceiro a tomaram. Do mesmo modo até os sete: não deixaram filhos, porém morreram.

32 Por último, morreu também a mulher.

33 Conseqüentemente, na ressurreição,*1 de qual deles torna-se ela esposa? Pois os sete a tiveram como esposa.”

  1. “Ressurreição.” Gr.: a·na·stá·sei, “levantar-se; erguer-se” (de a·ná, “para cima”, e stá·sis, “estar de pé”); lat.: re·sur·rec·ti·ó·ne.

34 Jesus disse-lhes: “Os filhos deste sistema de coisas*1 casam-se e são dados em casamento,

  1. Ou “ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·nos; lat.: saé·cu·li; J17,18,22(hebr.): ha·‛oh·lám, “a ordem de coisas”.

35 mas os que têm sido contados dignos de ganhar aquele sistema de coisas e a ressurreição dentre os mortos, nem se casam nem são dados em casamento.

36 De fato, tampouco podem mais morrer, porque são como os anjos, e são filhos de Deus por serem filhos da ressurreição.

37 Mas, que os mortos são levantados, até mesmo Moisés expôs, no relato sobre o espinheiro, quando ele chama Jeová*1 ‘o Deus de Abraão,*2 e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó’.

  1. Veja Ap. 1D.

  2. Ou “quando ele diz: ‘Jeová, o Deus de Abraão’”.

38 Ele é Deus, não de mortos, mas de viventes, pois, para ele, todos estes vivem.”*1

  1. Ou “vivem do seu ponto de vista”.

39 Em resposta, alguns dos escribas disseram: “Instrutor, falaste bem.”

40 Porque não tinham mais a coragem de lhe fazerem uma só pergunta.

41 Ele, por sua vez, lhes disse: “Como é que dizem que o Cristo é filho de Davi?

42 Porque o próprio Davi diz no livro dos Salmos: ‘Jeová*1 disse ao meu Senhor: “Senta-te à minha direita,

  1. Veja Ap. 1D.

43 até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés.”’

44 Davi, portanto, chama-o de ‘Senhor’; então, como é que ele é seu filho?”

45 Então, enquanto todo o povo estava escutando, ele disse aos discípulos:

46 “Acautelai-vos dos escribas, que desejam andar de vestes compridas e que gostam dos cumprimentos nas feiras,*1 e dos primeiros assentos nas sinagogas e dos lugares mais destacados nas refeições noturnas,

  1. Veja 11:43 n.

47 e que devoram as casas das viúvas, e, como pretexto, fazem longas orações. Estes receberão um julgamento mais pesado.”