Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

Lucas

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Lucas, 23

1 Levantando-se assim a multidão deles, levaram-no a Pilatos.

2 Principiaram então a acusá-lo, dizendo: “Achamos este homem subvertendo a nossa nação e proibindo o pagamento de impostos a César,*1 e dizendo que ele mesmo é Cristo, um rei.”

  1. Ou “ao imperador”. Gr.: Kaí·sa·ri; lat.: Caé·sa·ri.

3 Pilatos fez-lhe então uma pergunta: “És tu o rei dos judeus?” Em resposta a ele, disse: “Tu mesmo [o] dizes.”

4 Pilatos disse então aos principais sacerdotes e às multidões: “Não acho crime neste homem.”

5 Mas começaram a ficar insistentes, dizendo: “Ele atiça o povo por ensinar em toda a Judéia, principiando da Galiléia até mesmo aqui.”

6 Ouvindo isso, Pilatos perguntou se o homem era galileu,

7 e, depois de averiguar que ele vinha da jurisdição de Herodes,*1 enviou-o a Herodes, que também estava em Jerusalém naqueles dias.

  1. Isto é, Herodes Ântipas, filho de Herodes, o Grande. Veja 3:1.

8 Quando Herodes viu Jesus, alegrou-se grandemente, porque já por bastante tempo queria vê-lo, por ter ouvido [falar] dele, e esperava ver algum sinal realizado por ele.

9 Começou então a interrogá-lo com muitas palavras; mas ele não lhe dava resposta.

10 No entanto, os principais sacerdotes e os escribas levantavam-se e acusavam-no veementemente.

11 Então Herodes, junto com os soldados de sua guarda, o desacreditava e se divertia às custas dele por vesti-lo com uma roupa vistosa,*1 e o mandou de volta a Pilatos.

  1. Ou “esplêndida”.

12 Tanto Herodes como Pilatos tornaram-se assim naquele mesmo dia amigos mútuos; porque antes disso haviam mantido inimizade entre si.

13 Pilatos convocou então os principais sacerdotes, e os governantes, e o povo,

14 e disse-lhes: “Trouxestes-me este homem como alguém que incita o povo à revolta, e, eis que o examinei na frente de vós, mas não achei neste homem base para as acusações que lançais contra ele.

15 De fato, tampouco Herodes, pois no-lo enviou de volta; e, eis que ele não cometeu nada que mereça a morte.

16 Portanto, eu o castigarei e o livrarei.”

17 *1 ——

  1. P75AB omitem o v. 17 ; אWVgSyp: “Ora, de festividade em festividade ele precisava livrar-lhes um homem.” (DSyc,s acrescentam essas palavras após o v. 19 ; veja Mt 27:15; Mr 15:6.)

18 Mas eles clamaram com toda a sua multidão, dizendo: “Tira a este, mas livra-nos a Barrabás!”

19 ([Homem este] que tinha sido lançado na prisão por certa sedição que ocorreu na cidade e por assassínio.)

20 Pilatos exclamou novamente para eles, porque queria livrar Jesus.

21 Começaram então a berrar, dizendo: “Para a estaca! Para a estaca com ele!”*1

  1. Ou “Fixa-o numa estaca (poste)!” Veja Ap. 5C.

22 Disse-lhes pela terceira vez: “Por que, que coisa má fez este [homem]? Não achei nele nada que mereça a morte; portanto, eu o castigarei e o livrarei.”

23 Em vista disso começaram a instar, com vozes altas, exigindo que fosse pregado numa estaca; e as suas vozes começaram a prevalecer.

24 De modo que Pilatos proferiu sentença para que se satisfizesse a exigência deles:

25 livrou-lhes o homem que tinha sido lançado na prisão por sedição e assassínio, e a quem exigiam, mas entregou Jesus à vontade deles.

26 Então, quando o levaram embora, pegaram Simão, certo nativo de Cirene, que vinha do campo, e puseram nele a estaca de tortura para a levar atrás de Jesus.

27 Mas, seguia-lhe uma grande multidão do povo e de mulheres que se batiam de pesar e que o lamentavam.

28 Jesus voltou-se para as mulheres e disse: “Filhas de Jerusalém, parai de chorar por mim. Ao contrário, chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos;

29 porque, eis que virão dias em que as pessoas dirão: ‘Felizes as mulheres estéreis e as madres que não deram à luz, e os peitos que não amamentaram!’

30 Então principiarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós!’, e às colinas: ‘Cobri-nos!’

31 Porque, se fazem estas coisas quando a árvore é seivosa, o que ocorrerá quando estiver ressequida?”

32 Mas, dois outros homens, malfeitores, também estavam sendo levados para serem executados com ele.

33 E quando chegaram ao lugar chamado Caveira,*1 pregaram-no numa estaca, e assim também os malfeitores, um à sua direita e outro à sua esquerda.

  1. “Caveira.” Gr.: Kra·ní·on; lat.: Cal·vá·ri·ae; J17,18(hebr.): Gul·gol·tá’. Veja Mt 27:33.

34 [[Mas Jesus estava dizendo: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo.”]]*1 Outrossim, para distribuírem as roupas dele, lançaram sortes.

  1. אCVgSyc,p inserem estas palavras entre colchetes; P75BD°WSys omitem isso.

35 E o povo parava, olhando. Mas os governantes escarneciam, dizendo: “A outros ele salvou; salve-se a si mesmo, se este é o Cristo de Deus, o Escolhido.”

36 Até mesmo os soldados se divertiam às custas dele, chegando-se perto e oferecendo-lhe vinho acre,

37 e dizendo: “Se tu és o rei dos judeus, salva-te.”

38 Havia também uma inscrição por cima dele:*1 “Este é o rei dos judeus.”*2

  1. Segundo P75BSyc,s; DVgSyp acrescentam: “(escrita) em letras gregas, e latinas, e hebraicas”, para concordar com Jo 19:20.

  2. Lit.: “O rei dos judeus (é) este.” Gr.: Ho ba·si·leús ton I·ou·daí·on hoú·tos; lat.: hic est rex Iu·dae·ó·rum; J22(hebr.): zé·hu’ mé·lekh hai·Yehu·dhím.

39 Mas, um dos malfeitores pendurados começou a dizer-lhe de modo ultrajante: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós.”

40 Em resposta, o outro o censurou e disse: “Não temes absolutamente a Deus, agora que estás no mesmo juízo?

41 E nós, deveras, com justiça, pois estamos recebendo plenamente o que merecemos pelas coisas que fizemos; mas este [homem] não fez nada fora de ordem.”

42 E ele prosseguiu a dizer: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino.”

43 E ele lhe disse: “Deveras, eu te digo hoje:*1 Estarás comigo no Paraíso.”*2

  1. “Hoje.” Embora WH coloque uma vírgula no texto grego antes da palavra “hoje”, nos mss. unciais gr. não se usavam vírgulas. Em harmonia com o contexto, omitimos a vírgula antes de “hoje”. Syc (do quinto séc. EC) verte este texto: “Amém, eu te digo hoje que comigo estarás no Jardim do Éden.” — F. C. Burkitt, The Curetonian Version of the Four Gospels, Vol. I, Cambridge, 1904.

  2. “No Paraíso”, אABVgJ11,13,16; gr.: en toi pa·ra·deí·soi; J17,18,22(hebr.): beghan-‛É·dhen, “no jardim do Éden”. Veja Gên 2:8, 10, 15, 16, na LXX.

44 Bem, era então já cerca da sexta hora, contudo, caiu escuridão sobre toda a terra, até à nona hora,*1

  1. A “nona hora” seria por volta das 15 horas. A “sexta hora” seria por volta do meio-dia, contada desde o nascer do sol.

45 porque a luz do sol falhou; a cortina do santuário*1 rasgou-se então pelo meio.

  1. Ou “da habitação (morada) divina”. Gr.: tou na·oú; lat.: tém·pli; J17,18,22(hebr.): ha·heh·khál.

46 E Jesus exclamou com voz alta e disse: “Pai, às tuas mãos confio o meu espírito.” Dizendo isso, expirou.

47 Vendo o que estava ocorrendo, o oficial do exército*1 começou a glorificar a Deus, dizendo: “Realmente, este homem era justo.”

  1. Ou “centurião”; comandante de 100 soldados.

48 E todas as multidões, ajuntadas ali para o espetáculo, ao observarem as coisas que ocorriam, começaram a voltar, batendo-se no peito.

49 Além disso, todos os conhecidos dele estavam parados [ali] à distância. Também mulheres, que juntas lhe tinham seguido desde a Galiléia, estavam paradas [ali] observando estas coisas.

50 E eis um homem de nome José, que era membro do Conselho,*1 homem bom e justo —

  1. Ou “conselheiro; senador”. Gr.: bou·leu·tés.

51 este [homem] não tinha votado em apoio do desígnio e da ação deles — ele era de Arimatéia, uma cidade dos da Judéia,*1 e aguardava o reino de Deus;

  1. Ou “judeus”. Gr.: I·ou·daí·on.

52 este [homem] foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus.

53 E ele o tirou e enrolou em linho fino, e o deitou num túmulo escavado na rocha, em que ainda ninguém tinha sido deitado.

54 Ora, era o dia da Preparação e aproximava-se a luz vespertina do sábado.*1

  1. Ou “e o sábado estava chegando”.

55 Mas as mulheres, que tinham vindo com ele desde a Galiléia, acompanhavam-no, e foram ver o túmulo memorial e como o corpo dele estava deitado;

56 e voltaram para preparar aromas e óleos perfumados. Mas, naturalmente, descansaram no sábado, segundo o mandamento.