Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

Lucas

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Lucas, 18

1 Depois prosseguiu a contar-lhes uma ilustração a respeito da necessidade de sempre orarem e de nunca desistirem,

2 dizendo: “Em certa cidade havia certo juiz que não temia a Deus e não respeitava homem.

3 Mas, havia naquela cidade uma viúva, e ela persistia em ir ter com ele, dizendo: ‘Cuida de que eu obtenha justiça do meu adversário em juízo.’

4 Pois bem, por um tempo ele não estava disposto, mas depois disse para si mesmo: ‘Embora eu não tema a Deus nem respeite o homem,

5 de qualquer modo, visto que esta viúva me causa continuamente contrariedade, cuidarei de que ela obtenha justiça, para que não persista em vir e em amofinar-me*1 até o fim.’”

  1. Ou “intimidar-me”. Provém duma palavra que significa “socar sob o olho”.

6 O Senhor disse então: “Ouvi o que disse o juiz, embora injusto!

7 Certamente, então, não causará Deus que se faça justiça aos seus escolhidos que clamam a ele dia e noite, embora seja longânime para com eles?

8 Eu vos digo: Ele causará que se lhes faça velozmente justiça. Não obstante, quando chegar o Filho do homem, achará realmente fé*1 na terra?”

  1. Ou “achará . . . tal fé”.

9 Mas, ele contou a seguinte ilustração também a alguns que confiavam em si mesmos como sendo justos e que consideravam os demais como nada:

10 “Dois homens subiram ao templo para orar, um sendo fariseu e o outro cobrador de impostos.

11 O fariseu estava em pé e começou a orar as seguintes coisas no seu íntimo: ‘Ó Deus, agradeço-te que não sou como o resto dos homens, extorsores, injustos, adúlteros, ou mesmo como este cobrador de impostos.

12 Jejuo duas vezes por semana, dou o décimo de todas as coisas que adquiro.’

13 O cobrador de impostos, porém, estando em pé à distância, não estava nem disposto a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, sê clemente para comigo pecador.’

14 Digo-vos: Este homem desceu para sua casa provado mais justo do que aquele homem; porque todo o que se enaltecer será humilhado, mas quem se humilhar será enaltecido.”

15 As pessoas começaram então a trazer-lhe também suas crianças,*1 para que as tocasse; mas, vendo isso os discípulos, começaram a adverti-las.

  1. Ou “seus filhos”.

16 No entanto, Jesus chamou a si as [crianças], dizendo: “Deixai vir a mim as criancinhas e não tenteis impedi-las. Pois o reino de Deus pertence a tais.

17 Deveras, eu vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criancinha, de modo algum entrará nele.”

18 E certo governante interrogou-o, dizendo: “Bom Instrutor, por fazer o que hei de herdar a vida eterna?”

19 Jesus disse-lhe: “Por que me chamas de bom? Ninguém é bom, a não ser um só, Deus.

20 Sabes os mandamentos: ‘Não cometas adultério, não assassines, não furtes, não dês falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.’”

21 Ele disse então: “Tenho guardado a todos estes desde a mocidade.”

22 Ouvindo isso, Jesus disse-lhe: “Há ainda uma coisa que falta a respeito de ti: Vende todas as coisas que tens e distribui aos pobres, e terás um tesouro nos céus; e vem ser meu seguidor.”

23 Ouvindo isso, ele ficou profundamente contristado, pois era muito rico.

24 Jesus olhou para ele e disse: “Quão difícil será para os que têm dinheiro abrirem caminho para entrar no reino de Deus!

25 De fato, é mais fácil para um camelo passar pelo orifício duma agulha de costura, do que para um rico entrar no reino de Deus.”

26 Os que ouviram isso disseram: “Quem é que é capaz de ser salvo?”

27 Ele disse: “As coisas impossíveis aos homens são possíveis a Deus.”

28 Mas Pedro disse: “Eis que abandonamos as nossas próprias coisas e te seguimos.”

29 Ele lhes disse: “Deveras, eu vos digo: Não há ninguém que tenha abandonado casa, ou esposa, ou irmãos, ou pais ou filhos, pela causa do reino de Deus,

30 que não receba de algum modo muitas vezes mais neste período de tempo, e no vindouro sistema de coisas*1 a vida eterna.”

  1. Ou “ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·ni; lat.: saé·cu·lo; J22(hebr.): ba·‛oh·lám, “na ordem de coisas”.

31 Então tomou os doze à parte e disse-lhes: “Eis que estamos subindo para Jerusalém e completar-se-ão todas as coisas escritas por meio dos profetas quanto ao Filho do homem.

32 Por exemplo, ele será entregue a [homens das] nações e divertir-se-ão às custas dele, e será tratado com insolência e cuspirão nele;

33 e, depois de o açoitarem, matá-lo-ão, mas no terceiro dia ele será levantado.”

34 No entanto, não compreenderam o significado de nenhuma destas coisas; mas esta pronunciação lhes era escondida, e não sabiam as coisas faladas.

35 Chegando ele então perto de Jericó, havia certo cego sentado à beira da estrada, mendigando.

36 Visto que ouvia uma multidão passar por ali, começou a indagar de que se tratava.

37 Relataram-lhe: “Jesus, o nazareno, está passando por aqui!”

38 Em vista disso, clamou, dizendo: “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”

39 E os que iam na frente começaram a dizer-lhe severamente que ficasse calado, mas ele gritava tanto mais: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim.”

40 Jesus parou então e ordenou que [o homem] fosse levado a ele. Tendo-se este aproximado, *1 perguntou-lhe:

  1. Lit.: “ele”.

41 “Que queres que eu faça para ti?” Ele disse: “Senhor,*1 deixa-me recuperar a vista.”

  1. Ou “Amo”.

42 De modo que Jesus lhe disse: “Recupera a tua vista; tua fé te fez ficar bom.”*1

  1. Ou “te salvou”.

43 E ele recuperou instantaneamente a vista e começou a segui-lo, glorificando a Deus. Também todo o povo, vendo [isso], deu louvor a Deus.