Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)
João
João, 11
1 Ora, havia um homem doente, Lázaro*1 de Betânia, da aldeia de Maria e de Marta, sua irmã.
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2 Era, de fato, Maria quem untara o Senhor*1 com óleo perfumado e lhe enxugara os pés com o seu cabelo, sendo o irmão dela, Lázaro, quem estava doente.
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3 Portanto, as irmãs deste mandaram-lhe dizer: “Senhor, eis que aquele por quem tens afeição está doente.”
4 Mas, quando Jesus o soube, disse: “Esta doença não tem a morte por seu objetivo, mas é para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja glorificado por intermédio dela.”
5 Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.
6 No entanto, quando soube que este estava doente, permaneceu realmente dois dias no lugar onde estava.
7 Depois disse aos discípulos: “Vamos novamente à Judéia.”
8 Os discípulos disseram-lhe: “Rabi, os da Judéia*1 têm ultimamente buscado apedrejar-te, e tu vais novamente para lá?”
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9 Jesus respondeu: “Não há doze horas de luz no dia? Se alguém andar na luz do dia, não colidirá com coisa alguma, porque vê a luz deste mundo.
10 Mas, se alguém andar na noite, colidirá com algo, porque a luz não está nele.”
11 Ele disse estas coisas, e depois disso lhes disse: “Lázaro, nosso amigo, foi descansar, mas eu viajo para lá para o despertar do sono.”
12 Os discípulos disseram-lhe, portanto: “Senhor, se ele foi descansar, ficará bom.”*1
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13 Jesus falara, porém, da morte dele. Mas, eles imaginavam que estivesse falando do descanso no sono.
14 Nessa ocasião, portanto, Jesus disse-lhes francamente: “Lázaro morreu,
15 e eu me alegro por causa de vós que não estava lá, a fim de que acrediteis. Mas, vamos ter com ele.”
16 Portanto, Tomé, que era chamado O Gêmeo,*1 disse aos seus condiscípulos: “Vamos também, para que morramos com ele.”
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17 Conseqüentemente, quando Jesus chegou, achou que já estava quatro dias no túmulo memorial.
18 Ora, Betânia era perto de Jerusalém, a uma distância de cerca de três quilômetros.*1
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19 Concordemente, muitos dos judeus haviam vindo a Marta e Maria, a fim de confortá-las pelo seu irmão.
20 Marta, portanto, quando ouviu que Jesus vinha, foi ao encontro dele; Maria, porém, ficou sentada em casa.
21 Marta, portanto, disse a Jesus: “Senhor,*1 se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido.
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22 E, contudo, sei atualmente que quantas coisas pedires a Deus, Deus te dará.”
23 Jesus disse-lhe: “Teu irmão se levantará.”
24 Marta disse-lhe: “Sei que ele se levantará na ressurreição, no último dia.”
25 Jesus disse-lhe: “Eu sou a ressurreição e a vida.*1 Quem exercer fé em mim, ainda que morra, viverá [outra vez];
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26 e todo aquele que vive e exerce fé em mim nunca jamais morrerá. Crês isso?”
27 Ela lhe disse: “Sim, Senhor; tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus, Aquele que vem ao mundo.”
28 E, dizendo isso, ela foi e chamou Maria, sua irmã, dizendo em secreto: “O Instrutor está presente e te chama.”
29 Esta última, quando ouviu isso, levantou-se depressa e foi ter com ele.
30 Jesus, de fato, ainda não tinha entrado na aldeia, mas estava ainda no lugar onde Marta o encontrara.
31 Portanto, os judeus que estavam com ela na casa e que a confortavam, vendo Maria levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo que fosse ao túmulo memorial para ali chorar.
32 E Maria, chegando assim ao lugar onde Jesus estava e avistando-o, prostrou-se aos seus pés, dizendo-lhe: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido.”
33 Jesus, portanto, quando a viu chorar e [que] os judeus que vieram com ela choravam, gemeu no espírito e ficou aflito;
34 e disse: “Onde o deitastes?” Disseram-lhe: “Senhor, vem e vê.”
35 Jesus entregava-se ao choro.
36 Portanto, os judeus começaram a dizer: “Vede, quanta afeição tinha por ele!”
37 Mas alguns deles diziam: “Não podia este [homem], que abriu os olhos do cego, impedir que este aqui morresse?”
38 Por isso, Jesus, depois de gemer novamente no seu íntimo, foi ao túmulo memorial. Era, de fato, uma caverna e havia uma pedra encostada nela.
39 Jesus disse: “Retirai a pedra.” Marta, irmã do falecido, disse-lhe: “Senhor, ele já deve estar cheirando, porque já faz quatro dias.”
40 Jesus disse-lhe: “Não te disse eu que, se cresses, verias a glória de Deus?”
41 Portanto, retiraram a pedra. Jesus levantou então os olhos para o céu e disse: “Pai, eu te agradeço que me ouviste.
42 Deveras, eu sabia que sempre me ouves; mas falei por causa da multidão parada aqui, a fim de que creiam que tu me enviaste.”
43 E, ao ter dito estas coisas, clamou com voz alta: “Lázaro,*1 vem para fora!”
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44 O [homem] que estivera morto saiu com os pés e as mãos amarrados com faixas, e o seu semblante enrolado num pano. Jesus disse-lhes: “Soltai-o e deixai-o ir.”
45 Portanto, muitos dos judeus, que tinham vindo a Maria e que observaram o que ele fez, depositaram fé nele;
46 mas alguns deles foram ter com os fariseus e lhes contaram as coisas que Jesus fez.
47 Conseqüentemente, os principais sacerdotes e os fariseus ajuntaram o Sinédrio e começaram a dizer: “Que devemos fazer, visto que este homem realiza muitos sinais?
48 Se o deixarmos assim, todos depositarão fé nele, e virão os romanos e tirarão tanto o nosso lugar*1 como a nossa nação.”
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49 Mas um certo deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: “Vós não sabeis nada
50 e não deduzis logicamente que é para o vosso proveito que um só homem morra a favor do povo e não que toda a nação seja destruída.”
51 Isto, porém, não dizia de sua própria iniciativa; mas, porque era sumo sacerdote naquele ano, profetizava que Jesus estava destinado a morrer pela nação,
52 e não só pela nação, mas, a fim de que os filhos de Deus, que se acham espalhados, fossem também por ele ajuntados numa unidade.
53 Portanto, daquele dia em diante deliberaram matá-lo.
54 Por isso, Jesus não andava mais publicamente entre os judeus, mas partiu dali para o país perto do ermo, para uma cidade chamada Efraim, e ali permaneceu com os discípulos.
55 Ora, estava próxima a páscoa dos judeus, e muitos do país subiam para Jerusalém antes da páscoa, a fim de se purificarem cerimonialmente.
56 Foram, portanto, procurar Jesus e diziam uns aos outros, ao estarem parados ociosos no templo: “Qual é a vossa opinião? Que ele não virá absolutamente à festividade?”
57 Acontece que os principais sacerdotes e os fariseus tinham dado ordens que, se alguém soubesse onde ele estava, devia denunciar [isso], a fim de que pudessem apoderar-se dele.