Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)
João
João, 19
1 Naquela ocasião, portanto, Pilatos tomou Jesus e o açoitou.
2 E os soldados trançaram uma coroa de espinhos e a puseram na cabeça dele, e vestiram-no com uma roupa exterior de púrpura;
3 e começaram a chegar-se a ele e a dizer: “Bom dia, ó Rei dos judeus!” Davam-lhe também bofetadas.
4 E Pilatos saiu novamente e disse-lhes: “Eis que vo-lo trago para fora, a fim de que saibais que eu não acho falta nele.”
5 Concordemente, Jesus veio para fora, levando a coroa de espinhos e a roupa exterior de púrpura. E ele lhes disse: “Eis o homem!”*1
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6 No entanto, quando os principais sacerdotes e os oficiais o viram, gritaram, dizendo: “Para a estaca [com ele]!*1 Para a estaca [com ele]!” Pilatos disse-lhes: “Tomai-o vós mesmos e pregai-o numa estaca, pois eu não acho nenhuma falta nele.”
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7 Os judeus responderam-lhe: “Nós temos uma lei, e é segundo a lei que ele deve morrer, porque se fez filho de Deus.”
8 Ouvindo Pilatos, portanto, esta palavra, ficou mais temeroso ainda;
9 e entrou novamente no palácio do governador e disse a Jesus: “Donde és?” Mas Jesus não lhe deu resposta.
10 Pilatos disse-lhe por isso: “Não falas comigo? Não sabes que tenho autoridade para te livrar e que tenho autoridade para te pregar numa estaca?”
11 Jesus respondeu-lhe: “Não terias absolutamente nenhuma autoridade*1 contra mim, se não te tivesse sido concedida de cima.*2 É por isso que o homem que me entregou a ti tem maior pecado.”
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12 Por esta razão, Pilatos procurava um modo de livrá-lo. Mas os judeus gritavam, dizendo: “Se livrares este [homem], não és amigo de César.*1 Todo homem que se faz rei fala contra César.”
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13 Portanto, Pilatos, depois de ouvir estas palavras, trouxe Jesus para fora e se assentou numa cadeira de juiz, num lugar chamado O Pavimento de Pedra, mas, em hebraico, Gabatá.
14 Ora, era a preparação da páscoa; era cerca da sexta hora.*1 E ele disse aos judeus: “Eis o vosso rei!”
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15 No entanto, eles gritavam: “Fora [com ele]! Fora [com ele]! Para a estaca com ele!” Pilatos disse-lhes: “Hei de pregar na estaca o vosso rei?” Os principais sacerdotes responderam: “Não temos rei senão César.”
16 Nesta ocasião, portanto, entregou-o a eles, para ser pregado numa estaca. Então tomaram conta de Jesus.
17 E, levando ele mesmo a estaca de tortura,*1 saiu para o chamado Lugar da Caveira,*2 que em hebraico é chamado Gólgota;*3
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18 e ali o pregaram numa estaca, e, junto com ele, mais dois [homens], um deste lado e um daquele, mas Jesus no meio.
19 Pilatos escreveu também um título e o pôs na estaca de tortura. Estava escrito: “Jesus, o Nazareno, o Rei dos Judeus.”*1
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20 Portanto, muitos dos judeus leram este título, porque o lugar onde Jesus estava pregado numa estaca era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, em latim, em grego.*1
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21 No entanto, os principais sacerdotes dos judeus começaram a dizer a Pilatos: “Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos Judeus.’”
22 Pilatos respondeu: “O que escrevi, escrevi.”
23 Então, quando os soldados tinham pregado Jesus numa estaca, tomaram as suas roupas exteriores e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte, e a roupa interior. Mas a roupa interior era sem costura, sendo tecida desde a parte de cima, por todo o seu comprimento.
24 Portanto, disseram um ao outro: “Não a rasguemos, mas decidamos por sortes de quem será.” Isto foi para que se cumprisse a escritura: “Repartiram entre si a minha roupagem exterior, e lançaram sortes sobre a minha vestimenta.” E, assim, os soldados fizeram realmente estas coisas.
25 Junto à estaca de tortura de Jesus, porém, estavam paradas a sua mãe e a irmã de sua mãe; Maria, esposa de Clopas, e Maria Madalena.
26 Jesus, portanto, vendo sua mãe e o discípulo a quem amava*1 parados ali, disse à sua mãe: “Mulher, eis o teu filho!”
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27 A seguir disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” E daquela hora em diante, o discípulo levou-a para o seu próprio lar.
28 Depois disso, sabendo Jesus que já se tinham efetuado todas as coisas, a fim de que se cumprisse a escritura, disse: “Tenho sede.”
29 Havia ali um vaso cheio de vinho acre. Portanto, puseram uma esponja cheia de vinho acre numa [haste] de hissopo e a chegaram à sua boca.
30 Tendo então recebido o vinho acre, Jesus disse: “Está consumado!” e, inclinando a cabeça, entregou o [seu] espírito.*1
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31 Então, os judeus, visto ser a Preparação, a fim de que os corpos não permanecessem nas estacas de tortura no sábado, (pois era grande o dia daquele sábado,) solicitaram que Pilatos fizesse quebrar-lhes as pernas e retirar os [corpos].*1
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32 Os soldados vieram, portanto, e quebraram as pernas do primeiro [homem] e as do outro [homem] que com ele tinham sido pregados em estacas.
33 Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
34 No entanto, um dos soldados furou-lhe o lado com uma lança, e saiu imediatamente sangue e água.
35 E aquele que viu [isso] tem dado testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro, e esse homem sabe que diz coisas verdadeiras, a fim de que vós também creiais.
36 De fato, estas coisas ocorreram, a fim de que se cumprisse a escritura: “Nenhum osso seu será esmagado.”
37 E, novamente, uma escritura diferente diz: “Olharão para Aquele a quem traspassaram.”
38 Então, depois destas coisas, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas em secreto, por temor dos judeus, solicitou a Pilatos que pudesse retirar o corpo de Jesus; e Pilatos deu-lhe permissão. Ele veio, portanto, e retirou o corpo dele.
39 Também Nicodemos, o homem que viera a ele pela primeira vez de noite, veio trazer um rolo*1 de mirra e aloés, cerca de trinta e três quilos*2 [disso].
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40 Tomaram assim o corpo de Jesus e o envolveram com faixas, junto com os aromas, do modo como os judeus costumam preparar para o enterro.
41 Incidentalmente, no lugar onde fora pregado numa estaca havia um jardim, e no jardim um túmulo memorial novo, no qual ainda ninguém tinha sido deitado.
42 Ali, então, por causa da preparação dos judeus, deitaram Jesus, porque o túmulo memorial estava perto.