Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

João

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João, 18

1 Tendo dito estas coisas, Jesus saiu com seus discípulos para o outro lado da torrente hibernal*1 do Cédron, onde havia um horto, e ele e seus discípulos entraram nele.

  1. Ou “do vale”.

2 Ora, Judas, quem o traía, também conhecia o lugar, porque Jesus muitas vezes se havia reunido ali com seus discípulos.

3 Portanto, Judas, tomando o destacamento de soldados e os oficiais dos principais sacerdotes e dos fariseus, foi para lá com tochas, e lâmpadas, e armas.

4 Jesus, portanto, sabendo todas as coisas que lhe sobrevinham, saiu e disse-lhes: “A quem procurais?”

5 Responderam-lhe: “A Jesus, o nazareno.” Disse-lhes ele: “Sou eu.” Então Judas, quem o traía, estava também parado com eles.

6 No entanto, quando lhes disse: “Sou eu”, recuaram e caíram no chão.

7 Portanto, perguntou-lhes novamente: “A quem procurais?” Disseram: “A Jesus, o nazareno.”

8 Jesus respondeu: “Eu vos disse que sou eu. Se, portanto, sou eu a quem procurais, deixai ir a estes”;

9 a fim de que se cumprisse a palavra que ele dissera: “Não perdi nem um único daqueles que me deste.”

10 Então Simão Pedro, visto que tinha espada, puxou-a e golpeou o escravo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. O nome do escravo era Malco.

11 Jesus, porém, disse a Pedro: “Põe a espada na [sua] bainha. Não devia eu de toda maneira beber o copo que o Pai me tem dado?”

12 O destacamento de soldados, e o comandante militar,*1 e os oficiais dos judeus apoderaram-se então de Jesus e o amarraram,

  1. Ou “o quiliarca”. Gr.: ho khi·lí·ar·khos; o comandante de 1.000 soldados.

13 e levaram-no primeiro a Anás; pois ele era sogro de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano.

14 Caifás era, de fato, quem aconselhara aos judeus que era do seu proveito que um só homem morresse a favor do povo.

15 Ora, Simão Pedro, bem como outro discípulo, seguia Jesus. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e ele entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote,

16 mas Pedro estava parado do lado de fora, junto à porta. Portanto, o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu e falou com a porteira e trouxe Pedro para dentro.

17 A serva, a porteira, disse então a Pedro: “Não és tu também um dos discípulos deste homem?” Ele disse: “Não sou.”

18 Ora, os escravos e os oficiais estavam parados por ali, visto que tinham aceso um fogo de brasas, porque fazia frio, e se aqueciam. Pedro também estava parado com eles e se aquecia.

19 E o principal sacerdote interrogou assim Jesus sobre os seus discípulos e sobre o seu ensino.

20 Jesus respondeu-lhe: “Falei ao mundo publicamente. Sempre ensinei numa sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem; e não falei nada em secreto.

21 Por que me interrogas? Interroga os que ouviram o que lhes falei. Eis que estes sabem o que eu disse.”

22 Depois de ele dizer estas coisas, um dos oficiais parados ali deu uma bofetada em Jesus e disse: “É assim que respondes ao principal sacerdote?”

23 Jesus respondeu-lhe: “Se falei de modo errado, dá testemunho acerca do erro; mas, se [falei] de modo correto, por que me bates?”

24 Anás mandou-o então amarrado a Caifás, o sumo sacerdote.

25 Ora, Simão Pedro estava parado e se aquecia. Disseram-lhe então: “Não és tu também um dos seus discípulos?” Ele o negou e disse: “Não sou.”

26 Um dos escravos do sumo sacerdote, sendo parente do homem cuja orelha Pedro cortara, disse: “Não te vi no jardim com ele?”

27 No entanto, Pedro negou-o novamente; e, imediatamente, cantou um galo.

28 Conduziram então Jesus de Caifás para o palácio do governador. Já era de manhã cedo. Mas eles mesmos não entraram no palácio do governador, para que não se aviltassem, mas pudessem comer a páscoa.

29 Portanto, Pilatos saiu a ter com eles e disse: “Que acusação levantais contra este homem?”

30 Disseram-lhe, em resposta: “Se este homem não fosse delinqüente, não o teríamos entregado a ti.”

31 Pilatos disse-lhes, por isso: “Tomai-o e julgai-o vós mesmos segundo a vossa lei.” Os judeus disseram-lhe: “Não nos é lícito matar alguém.”

32 Isto, a fim de que se cumprisse a palavra de Jesus, que ele dissera para indicar de que sorte de morte estava destinado a morrer.

33 De modo que Pilatos entrou novamente no palácio do governador e chamou Jesus e disse-lhe: “És tu o rei dos judeus?”*1

  1. “Rei dos judeus.” Gr.: ba·si·leús ton I·ou·daí·on; lat.: rex Iu·dae·ó·rum; J17,18,22(hebr.): mé·lekh hai·Yehu·dhím.

34 Jesus respondeu: “É de tua própria iniciativa que dizes isso ou te contaram outros a respeito de mim?”

35 Pilatos respondeu: “Será que eu sou judeu? A tua própria nação e os principais sacerdotes te entregaram a mim. O que fizeste?”

36 Jesus respondeu: “Meu reino não faz parte deste mundo. Se o meu reino fizesse parte deste mundo, meus assistentes teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, assim como é, o meu reino não é desta fonte.”

37 Portanto, Pilatos disse-lhe: “Pois bem, és tu rei?” Jesus respondeu: “Tu mesmo estás dizendo que eu sou rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho*1 da verdade. Todo aquele que está do lado da verdade escuta a minha voz.”

  1. “A fim de dar testemunho.” Gr.: mar·ty·ré·so; lat.: te·sti·mó·ni·um per·hí·be·am.

38 Pilatos disse-lhe: “Que é verdade?”*1 E, depois de dizer isso, saiu novamente para os judeus e disse-lhes: “Não acho falta nele.

  1. “Que é verdade?” Gr.: Tí e·stin a·lé·thei·a; lat.: Quid est vé·ri·tas; J17,18(hebr.): Mah hi’ ha·’eméth.

39 Ainda mais, tendes o costume de que eu vos livre um homem por ocasião da páscoa. Quereis, portanto, que eu vos livre o rei dos judeus?”

40 Gritaram então de novo, dizendo: “Não este homem, mas Barrabás!” Ora, Barrabás era salteador.