Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

Atos

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Atos, 7

1 Mas, o sumo sacerdote disse: “São assim estas coisas?”

2 Ele disse: “Homens, irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso antepassado Abraão enquanto ele estava na Mesopotâmia, antes de fixar residência em Harã,

3 e disse-lhe: ‘Sai da tua terra e de teus parentes e vai para uma terra que eu te hei de mostrar.’

4 Ele saiu então da terra dos caldeus e fixou residência em Harã. E dali, depois de morrer seu pai, *1 o fez mudar de residência para esta terra em que agora morais.

  1. Lit.: “Ele”, referindo-se ao “Deus da glória”, no v. 2.

5 Contudo, não lhe deu nela nenhuma propriedade transmissível por herança, não, nem mesmo da largura de um pé; mas prometeu dar-lha como propriedade, e depois dele, ao seu descendente,*1 quando ainda não tinha filho.

  1. Ou “prole; posteridade”.

6 Além disso, Deus falou neste sentido, que seu descendente seria residente forasteiro em terra estrangeira, e que o escravizariam e atribulariam por quatrocentos anos.

7 ‘E eu hei de julgar aquela nação para a qual trabalharão como escravos’, disse Deus, ‘e depois destas coisas sairão e me prestarão serviço sagrado*1 neste lugar.’

  1. “Prestarão serviço sagrado.” Gr.: la·treú·sou·sin; J17,18,22(hebr.): weya·‛av·dhú·ni, “e me servirão (adorarão)”. Veja Êx 3:12 n.

8 “Deu-lhe também um pacto de circuncisão; e assim, ele se tornou pai de Isaque, e o circuncidou no oitavo dia, e Isaque, de Jacó, e Jacó, dos doze chefes de família.

9 E os chefes de família ficaram ciumentos de José e o venderam ao Egito. Mas Deus estava com ele

10 e o livrou de todas as suas tribulações, e deu-lhe graça e sabedoria à vista de Faraó, rei do Egito. E ele o designou para governar o Egito e toda a sua casa.

11 Mas, veio uma fome sobre todo o Egito e Canaã, sim, uma grande tribulação; e os nossos antepassados não achavam quaisquer provisões.

12 Mas Jacó ouviu que havia comestíveis no Egito e enviou os nossos antepassados pela primeira vez.

13 E na segunda vez, José se deu a conhecer aos seus irmãos; e a linhagem de José tornou-se manifesta a Faraó.

14 Assim, José enviou e chamou a Jacó, seu pai, e todos os seus parentes daquele lugar, no número de setenta e cinco almas.*1

  1. Veja Gên 46:20, 27 n.

15 Jacó desceu ao Egito.*1 E ele faleceu; e assim também os nossos antepassados,

  1. “Ao Egito.” B omite isso.

16 e foram transferidos para Siquém*1 e colocados no túmulo que Abraão havia comprado por certo preço, com dinheiro de prata, dos filhos de Emor,*2 em Siquém.

  1. “Siquém”, SyhJ17,18,22; אAB: “Sychem”.

  2. Lit.: “Hemor”.

17 “Justamente quando se aproximava o tempo [para o cumprimento] da promessa que Deus havia declarado abertamente a Abraão, o povo crescia e se multiplicava no Egito,

18 até que se levantou um rei diferente sobre o Egito, que não sabia nada sobre José.

19 Este usava de estadística contra a nossa raça*1 e injustamente obrigava os pais a exporem suas crianças, para que não fossem preservadas vivas.

  1. “Raça.” Gr.: gé·nos; diferente de ge·ne·á, “geração”, como em Mt 24:34.

20 Naquele mesmo tempo nasceu Moisés, e ele era divinamente belo.*1 E ele foi criado por três meses no lar de [seu] pai.

  1. Ou “extremamente belo”. Lit.: “belo para o Deus”. Gr.: a·steí·os toi The·oí. Veja Jon 3:3 n.: “grande”.

21 Mas, quando foi exposto, foi recolhido pela filha de Faraó e ela o criou como seu próprio filho.

22 Em conseqüência disso, Moisés foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios. De fato, era poderoso nas suas palavras e ações.

23 “Então, quando se cumpriu o tempo de seu quadragésimo ano, veio-lhe ao coração fazer uma inspeção aos seus irmãos, os filhos de Israel.

24 E quando avistou que um certo [deles] estava sendo tratado injustamente, defendeu-o e executou vingança por aquele que estava sendo maltratado, abatendo o egípcio.

25 Supunha que os seus irmãos compreenderiam que Deus lhes estava dando salvação por sua mão, mas eles não [o] compreenderam.

26 E, no dia seguinte, apareceu-lhes quando estavam lutando, e tentou reuni-los novamente em paz, dizendo: ‘Homens, vós sois irmãos. Por que tratais um ao outro injustamente?’

27 Mas aquele que tratava seu próximo injustamente repeliu-o, dizendo: ‘Quem te designou governante e juiz sobre nós?

28 Será que queres eliminar-me da mesma maneira como eliminaste ontem o egípcio?’

29 Em vista desta palavra, Moisés fugiu e tornou-se residente forasteiro na terra de Midiã, onde se tornou pai de dois filhos.

30 “E, ao se cumprirem quarenta anos, apareceu-lhe no ermo do Monte Sinai um anjo,*1 na chama ardente dum espinheiro.

  1. “Um anjo”, P74אABCVg; DSyp: “um anjo de [o] Senhor”; J7,8,10-17,28: “o anjo de Jeová”.

31 Ora, quando Moisés viu isso, maravilhou-se do que via. Mas, ao se aproximar para investigar, veio a voz de Jeová:*1

  1. Veja Ap. 1D.

32 ‘Eu sou o Deus dos teus antepassados, o Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó.’ Tomado de tremor, Moisés não se atreveu a investigar mais.

33 Jeová*1 disse-lhe: ‘Tira as sandálias dos teus pés, pois o lugar em que estás parado é terreno santo.

  1. Veja Ap. 1D.

34 Tenho certamente visto o tratamento injusto para com o meu povo que está no Egito, e tenho ouvido o seu gemido e tenho descido para livrá-los. E agora vem: Eu te enviarei ao Egito.’

35 A este Moisés, que eles repudiaram, dizendo: ‘Quem te designou governante e juiz?’, a este homem Deus enviou como governante e como libertador*1 pela mão do anjo que lhe apareceu no espinheiro.

  1. Ou “e . . . resgatador (redentor)”. Gr.: kai ly·tro·tén; lat.: et re·dem·ptó·rem; J17(hebr.): wegho·’él.

36 Este homem os conduziu para fora, depois de fazer portentos e sinais no Egito, e no Mar Vermelho, e no ermo, por quarenta anos.

37 “Este é o Moisés que disse aos filhos de Israel: ‘Deus*1 vos suscitará dentre os vossos irmãos um profeta semelhante a mim.’

  1. “Deus”, אABVg; CSyp: “O Senhor Deus”; J7,8,10-17: “Jeová, vosso Deus”; J28: “Jeová Deus.”

38 Este é aquele que veio a estar entre a congregação no ermo, com o anjo que falou com ele no Monte Sinai e com os nossos antepassados, e ele recebeu proclamações sagradas, vivas, para dar a vós.

39 A ele os nossos antepassados se negaram a tornar-se obedientes, mas repeliram-no, e nos seus corações voltaram-se para o Egito,

40 dizendo a Arão: ‘Faze-nos deuses para irem na nossa frente. Quanto a este Moisés, que nos conduziu para fora da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.’

41 Fizeram, pois, naqueles dias, um bezerro e trouxeram um sacrifício ao ídolo, e começaram a regalar-se com as obras das suas mãos.

42 De modo que Deus se voltou e os entregou para prestarem serviço sagrado ao exército do céu, assim como está escrito no livro dos profetas: ‘Será que foi a mim que oferecestes vítimas e sacrifícios por quarenta anos no ermo, ó casa de Israel?

43 Mas, acolhestes para vós a tenda de Moloque e a estrela do deus Refã, as figuras que fizestes para adorá-las. Conseqüentemente, eu vos deportarei para além de Babilônia.’*1

  1. Gr.: Ba·by·ló·nos; J17,18,22(hebr.): me·há·le’ah leVa·vél, “além de Babel”.

44 “Nossos antepassados tinham no ermo a tenda do testemunho,*1 assim como deu ordens quando falou a Moisés, para fazê-la segundo o modelo*2 que tinha visto.

  1. Ou “o tabernáculo do testemunho”.

  2. Ou “tipo”. Gr.: tý·pon.

45 E os nossos antepassados, que a tiveram em sucessão, também a trouxeram com Josué*1 para a terra possuída pelas nações que Deus expulsou de diante dos nossos antepassados. Ali ela permaneceu até os dias de Davi.

  1. “Jeosué”, J17,18,22; אAB: “Jesus”.

46 Ele achou favor à vista de Deus e pediu para [ter o privilégio de] prover*1 uma habitação para o Deus de Jacó.

  1. Ou “achar”.

47 No entanto, Salomão construiu uma casa para ele.

48 Não obstante, o Altíssimo não mora em casas*1 feitas por mãos; assim como diz o profeta:

  1. Ou “coisas; lugares”.

49 ‘O céu é o meu trono e a terra é o meu escabelo. Que sorte de casa construireis para mim? diz Jeová.*1 Ou qual é o lugar para o meu descanso?

  1. Veja Ap. 1D.

50 Não foi a minha mão que fez todas essas coisas?’

51 “Homens obstinados*1 e incircuncisos nos corações e ouvidos, vós sempre resistis ao espírito santo; assim como fizeram os vossos antepassados, também vós fazeis.

  1. Ou “teimosos”.

52 A qual dos profetas foi que os vossos antepassados não perseguiram? Sim, mataram os que faziam anúncio antecipado a respeito da vinda do Justo, cujos traidores e assassinos vós vos tornastes agora,

53 vós, os que recebestes a Lei, conforme transmitida por anjos,*1 mas não a guardastes.”

  1. Lit.: “a Lei como transmissões de anjos”. J17: “a Lei das mãos de comissões de anjos”; lat.: lé·gem in dis·po·si·ti·ó·nem an·ge·ló·rum, “a Lei pela disposição de anjos”. Em 2Cr 23:18, a Vg usa iúx·ta dis·po·si·ti·ó·nem na versão de “pelas mãos de”.

54 Pois bem, quando ouviram estas coisas, sentiram-se feridos nos corações e começaram a ranger*1 os dentes contra ele.

  1. Ou “rilhar; cerrar”.

55 Mas ele, cheio de espírito santo, fitou os olhos no céu e avistou a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus,

56 e disse: “Eis que eu observo o céu aberto e o Filho do homem em pé à direita de Deus.”

57 A isto eles clamaram ao máximo da sua voz e puseram as mãos sobre os ouvidos e arremeteram à uma contra ele.

58 E depois de o lançarem fora da cidade, começaram a atirar pedras nele. E as testemunhas deitaram as suas roupas exteriores aos pés dum jovem chamado Saulo.

59 E atiravam pedras em Estêvão, enquanto ele fazia apelo*1 e dizia: “Senhor Jesus, recebe meu espírito.”

  1. Ou “invocação; oração”.

60 Então, dobrando os joelhos, clamou com forte voz: “Jeová,*1 não lhes imputes este pecado.” E, dizendo isso, adormeceu [na morte].

  1. Veja Ap. 1D.