Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

Mateus

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Mateus, 27

1 Ao amanhecer, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo realizaram uma consulta contra Jesus, a fim de o entregarem à morte.

2 E, depois de o amarrarem, levaram-no e entregaram-no a Pilatos, o governador.

3 Então Judas, que o traiu, vendo que tinha sido condenado, sentiu remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e anciãos,

4 dizendo: “Pequei quando traí sangue justo.” Eles disseram: “Que temos nós com isso? Isso é contigo!”

5 De modo que ele lançou as moedas de prata dentro do templo*1 e retirou-se, e, tendo saído, enforcou-se.

  1. Veja 26:61 n.

6 Mas os principais sacerdotes tomaram as moedas de prata e disseram: “Não é lícito deitá-las no tesouro sagrado, porque são o preço de sangue.”

7 Depois de se consultarem entre si, compraram com elas o campo do oleiro, para enterrar os estranhos.

8 Aquele campo veio por isso a ser chamado de “Campo de Sangue”, até o dia de hoje.

9 Cumpriu-se assim aquilo que fora falado por intermédio de Jeremias,*1 o profeta, que disse: “E tomaram*2 as trinta moedas de prata, o preço do homem com que foi avaliado, daquele a quem alguns dos filhos de Israel puseram um preço,

  1. “Jeremias”, אAB; Syh(margem): “Zacarias”; Syp,s omitem isso.

  2. “Tomaram”, AB; אSyh,p,s: “tomei”.

10 e deram-nas*1 pelo campo do oleiro, segundo o que Jeová*2 me tinha ordenado.”

  1. “Deram-nas”, AcB°CItVg; אBcWSyh,p,s: “dei-as”.

  2. Veja Ap. 1D.

11 Jesus estava então perante o governador; e o governador fez-lhe a pergunta: “És tu o rei dos judeus?” Jesus replicou: “Tu mesmo [o] dizes.”

12 Mas ele não deu nenhuma resposta enquanto estava sendo acusado pelos principais sacerdotes e anciãos.

13 Pilatos disse-lhe então: “Não ouves quantas coisas testificam contra ti?”

14 Contudo, ele não lhe respondeu, não, nem com uma só palavra, de modo que o governador ficou muito admirado.

15 Ora, de festividade em festividade, era costume do governador livrar para a multidão um preso, aquele a quem desejassem.

16 Naquela mesma ocasião estavam retendo um preso notório, chamado Barrabás.

17 Portanto, quando estavam ajuntados, Pilatos disse-lhes: “A qual deles quereis que eu vos livre, a Barrabás ou a Jesus, o chamado Cristo?”

18 Pois ele se apercebia de que o tinham entregado por inveja.

19 Além disso, enquanto estava sentado na cadeira de juiz, sua esposa mandou dizer-lhe: “Não tenhas nada que ver com esse homem justo,*1 pois eu sofri hoje muito, num sonho, por causa dele.”

  1. Veja Ap. 7B.

20 Mas os principais sacerdotes e anciãos persuadiram as multidões a pedir Barrabás e fazer Jesus ser destruído.

21 Então, em resposta, o governador disse-lhes: “A qual dos dois quereis que eu vos livre?” Disseram: “Barrabás.”

22 Pilatos disse-lhes: “O que quereis, então, que eu faça com Jesus, o chamado Cristo?” Todos disseram: “Seja pregado numa estaca!”*1

  1. Ou: “fixado numa estaca (poste)!” Veja Ap. 5C.

23 Ele disse: “Por que, o que fez ele de mal?” Todavia, clamaram ainda mais: “Seja pregado numa estaca!”

24 Vendo que nada adiantava, mas, ao contrário, que se criava um alvoroço, Pilatos tomou água e lavou as mãos diante da multidão, dizendo: “Eu sou inocente do sangue deste [homem].*1 Isso é convosco.”

  1. Ou “inocente deste sangue”.

25 A isso, todo o povo disse em resposta: “O sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos.”

26 Livrou-lhes então Barrabás, porém, mandou que Jesus fosse chicoteado e o entregou para ser pregado numa estaca.

27 Os soldados do governador levaram então Jesus para o palácio do governador e ajuntaram em volta dele todo o corpo de tropa.

28 E, tendo-o despido, puseram sobre ele um manto escarlate,

29 e trançaram uma coroa de espinhos e a puseram na cabeça dele, e [puseram] uma cana na sua direita. E, ajoelhando-se diante dele, divertiam-se às custas dele, dizendo: “Bom dia, ó Rei dos judeus!”

30 E, cuspindo nele, tomaram a cana e começaram a bater-lhe na cabeça.

31 Por fim, tendo-se divertido às custas dele, tiraram o manto e puseram nele sua roupagem exterior, e o levaram para ser pregado numa estaca.

32 Saindo, encontraram um nativo de Cirene, de nome Simão. A este homem obrigaram a prestar serviço por levar a sua estaca de tortura.

33 E, quando chegaram ao lugar chamado Gólgota,*1 que quer dizer Lugar da Caveira,*2

  1. “Gólgota.” Gr.: Gol·go·thá; lat.: Gól·go·tha; J17,18(hebr.): Gol·gol·tá’.

  2. “Lugar da Caveira.” Gr.: Kra·ní·ou Tó·pos; lat.: Cal·vá·ri·ae ló·cus; J17(hebr.): meqóhm Gul·gó·leth.

34 deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, depois de prová-lo, recusou-se a beber.

35 Tendo-o pregado numa estaca, distribuíram a sua roupagem exterior por lançar sortes,

36 e, sentados, vigiavam sobre ele ali.

37 Também puseram por cima de sua cabeça a acusação contra ele, por escrito: “Este é Jesus, o Rei dos judeus.”

38 Dois salteadores foram então com ele pregados em estacas, um à sua direita e outro à sua esquerda.

39 Os que passavam começaram assim a falar dele de modo ultrajante, sacudindo a cabeça

40 e dizendo: “Ó tu, pretenso derrubador do templo e construtor dele em três dias, salva-te a ti mesmo! Se tu és filho de Deus, desce da estaca de tortura!”

41 Do mesmo modo também os principais sacerdotes, junto com os escribas e os anciãos, começaram a divertir-se às custas dele e a dizer:

42 “A outros ele salvou; a si mesmo não pode salvar! Ele é Rei de Israel; desça agora da estaca de tortura, e nós acreditaremos nele.

43 Depositou a sua confiança em Deus; que Ele o socorra agora, se Ele o quiser, pois este disse: ‘Sou Filho de Deus.’”

44 Do mesmo modo, até os salteadores, que com ele estavam pregados em estacas, começaram a vituperá-lo.

45 Da sexta hora*1 em diante, caiu uma escuridão sobre toda aquela terra, até a nona hora.*2

  1. “Sexta hora”, isto é, por volta do meio-dia.

  2. “Nona hora”, isto é, por volta das 15 horas.

46 Por volta da nona hora, Jesus exclamou com voz alta, dizendo: “Eli, Eli, lama sabactâni?”*1 isto é: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”

  1. “Eli, Eli, lama sabactâni?” Veja Sal 22:1 n.: “abandonaste”.

47 Ouvindo isso, alguns dos que estavam por ali em pé começaram a dizer: “Este homem está chamando Elias.”

48 E um deles correu imediatamente, e, tomando uma esponja, ensopou-a em vinho acre e a pôs numa cana, dando-lhe de beber.

49 Mas os restantes deles disseram: “Deixa[-o]! Vejamos se Elias vem salvá-lo.” [[Outro homem tomou uma lança e furou-lhe o lado, e saiu sangue e água.]]*1

  1. “Outro homem . . . água”, אBC; ADWItVgSyh,p,sArm omitem isso.

50 Novamente, Jesus clamou com alta voz e entregou o [seu] espírito.*1

  1. Ou “deixou de respirar”. Lit.: “soltou o espírito”. Gr.: a·fé·ken to pneú·ma.

51 E eis que a cortina do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo, e a terra tremeu, e as rochas se fenderam.

52 E abriram-se os túmulos memoriais e muitos corpos dos santos que tinham adormecido foram levantados,

53 (e pessoas,*1 saindo dentre os túmulos memoriais depois de ele ter sido levantado, entraram na cidade santa,) e tornaram-se visíveis a muitas pessoas.

  1. Ou “eles”, não se referindo aos “corpos”.

54 Mas o oficial do exército*1 e os que com ele vigiavam sobre Jesus, quando viram o terremoto e as coisas que aconteciam, ficaram com muito medo, dizendo: “Certamente este era o Filho de Deus.”*2

  1. Lit.: “o centurião”, isto é, o comandante de 100 soldados.

  2. Ou “um filho de Deus; um filho de um deus”.

55 Além disso, observando de certa distância, havia ali muitas mulheres que tinham acompanhado Jesus desde a Galiléia, para ministrar-lhe;

56 entre estas estava Maria Madalena, também Maria, a mãe de Tiago e Josés,*1 e a mãe dos filhos de Zebedeu.

  1. “Josés”, ABCDcSyh,p; אD°WVgSys: “José”.

57 Então, visto que a tarde já estava avançada, veio um homem rico de Arimatéia, de nome José, que também se tinha tornado discípulo de Jesus.

58 Este homem dirigiu-se a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos ordenou então que lhe fosse entregue.

59 E José tomou o corpo, enrolou-o em puro linho fino

60 e deitou-o no seu novo túmulo memorial, que ele tinha aberto na rocha. E, depois de rolar uma grande pedra à porta do túmulo memorial, partiu.

61 Porém, Maria Madalena e a outra Maria permaneceram ali, sentadas diante do sepulcro.

62 No dia seguinte, que era depois da Preparação, ajuntaram-se perante Pilatos os principais sacerdotes e os fariseus,

63 dizendo: “Senhor, lembramo-nos de que esse impostor dizia, enquanto ainda estava vivo: ‘Depois de três dias eu hei de ser levantado.’

64 Portanto, ordena que o sepulcro seja feito seguro até o terceiro dia, para que não venham os seus discípulos e o furtem, e digam ao povo: ‘Ele foi levantado dentre os mortos!’ e esta última impostura seja pior do que a primeira.”

65 Pilatos disse-lhes: “Tendes uma guarda. Ide fazê-lo tão seguro como sabeis.”

66 De modo que foram e fizeram o sepulcro seguro por selarem a pedra e terem a guarda.