Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

Números

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Números, 22

1 Os filhos de Israel partiram então e acamparam-se nas planícies desérticas de Moabe, defronte de Jericó, do outro lado do Jordão.

2 E Balaque, filho de Zipor, chegou a ver tudo o que Israel tinha feito aos amorreus.

3 E Moabe ficou muito amedrontado por causa do povo, porque eram muitos; e Moabe começou a ter um pavor mórbido dos filhos de Israel.

4 E Moabe passou a dizer aos anciãos de Midiã: “Esta*1 congregação lamberá agora tudo ao redor de nós assim como o touro lambe a erva verde do campo.” E Balaque, filho de Zipor, naquele tempo específico, era rei de Moabe.

  1. “Esta”, SamLXXSyVg; M: “a”.

5 Enviou então mensageiros a Balaão, filho de Beor, em Petor, que está junto ao Rio*1 da terra dos filhos do seu povo, a fim de chamá-lo, dizendo: “Eis que um povo saiu do Egito. Eis que cobriram a terra até onde se pode ver*2 e estão morando bem defronte de mim.

  1. “Ao Rio”, evidentemente o Eufrates.

  2. Lit.: “cobriram o olho da terra”.

6 E agora vem deveras, por favor; amaldiçoa-me deveras este povo, pois são mais fortes do que eu. Talvez eu possa golpeá-los e expulsá-los do país; porque bem sei que aquele a quem abençoas é abençoado e aquele a quem amaldiçoas é amaldiçoado.”

7 Portanto, os anciãos de Moabe e os anciãos de Midiã viajaram com os honorários pela adivinhação nas suas mãos e foram ter com Balaão, e falaram-lhe as palavras de Balaque.

8 A isto ele lhes disse: “Pousai esta noite aqui e eu certamente vos trarei de volta informação assim como Jeová me falar.” Concordemente, os príncipes de Moabe ficaram com Balaão.

9 Deus veio então a Balaão e disse: “Quem são estes homens contigo?”

10 De modo que Balaão disse ao [verdadeiro] Deus: “Balaque, filho de Zipor, rei de Moabe, mandou dizer-me:*1

  1. “Dizer-me”, LXXSyVg.

11 ‘Eis o povo que está saindo do Egito, e estão cobrindo a terra até onde o olho pode ver. Agora, vem deveras, maldize-os deveras para mim. Talvez eu possa lutar contra eles e eu realmente os expulse.’”

12 Mas Deus disse a Balaão: “Não deves ir com eles. Não deves amaldiçoar o povo, pois são benditos.”

13 Após isso, Balaão levantou-se de manhã e disse aos príncipes de Balaque: “Ide para a vossa terra, porque Jeová se negou a deixar-me ir convosco.”

14 Os príncipes de Moabe levantaram-se então e foram ter com Balaque, e disseram: “Balaão negou-se a vir conosco.”

15 No entanto, Balaque enviou novamente outros príncipes em maior número e mais honrados do que os anteriores.

16 Eles, por sua vez, foram ter com Balaão e disseram-lhe: “Assim disse Balaque, filho de Zipor: ‘Por favor, não te detenhas de vir a mim.

17 Pois, sem falta te honrarei grandemente e farei tudo o que me disseres. Portanto, vem deveras, por favor. Maldize-me deveras este povo.’”

18 Mas Balaão respondeu e disse aos servos de Balaque: “Se Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia infringir a ordem de Jeová, meu Deus, para fazer algo pequeno ou grande.

19 E agora, por favor, ficai também vós aqui esta noite, para que eu saiba que mais Jeová falará comigo.”

20 Deus*1 veio então a Balaão de noite e disse-lhe: “Se os homens vieram para te chamar, levanta-te, vai com eles. Mas, somente a palavra que eu te falar é que podes falar.”

  1. “Deus”, MLXXSyVg; Sam: “o anjo de Deus”.

21 Após isso, Balaão levantou-se de manhã e selou sua jumenta, e foi com os príncipes de Moabe.

22 E começou a acender-se a ira de Deus,*1 porque ele ia; e o anjo de Jeová foi postar-se na estrada para se lhe opor.*2 E ele estava montado em sua jumenta, e havia com ele dois ajudantes*3 seus.

  1. “Deus”, MLXXSyVg; Sam e um ms. hebr.: “Jeová”.

  2. Lit.: “na estrada como opositor dele”.

  3. Ou “meninos; moços”.

23 E a jumenta pôde ver o anjo de Jeová parado na estrada, tendo sua espada desembainhada na mão; e a jumenta procurou desviar-se da estrada para entrar no campo, mas Balaão começou a espancar a jumenta para fazê-la voltar à estrada.

24 E o anjo de Jeová ficou parado no caminho estreito entre os vinhedos, havendo um muro de pedras deste lado e um muro de pedras daquele lado.

25 E a jumenta via o anjo de Jeová, e ela começou a apertar-se contra o muro e assim a apertar o pé de Balaão contra o muro; e ele passou a espancá-la ainda mais.

26 O anjo de Jeová passou então novamente e ficou de pé num lugar estreito, onde não havia meio de se desviar nem para a direita nem para a esquerda.

27 Quando a jumenta chegou a ver o anjo de Jeová, então se deitou debaixo de Balaão; de modo que se acendeu a ira de Balaão e ele foi espancar a jumenta com seu bordão.

28 Por fim, Jeová abriu a boca da jumenta e ela disse a Balaão: “Que te fiz para me teres espancado estas três vezes?”

29 Então disse Balaão à jumenta: “Foi porque me trataste cruelmente. Se tão-somente houvesse uma espada na minha mão, eu já te teria matado!”

30 A jumenta disse então a Balaão: “Não sou a tua jumenta em que montaste toda a tua vida até o dia de hoje? Procedi alguma vez deste modo?” A isso ele disse: “Não!”

31 E Jeová passou a desvendar os olhos de Balaão, de modo que viu o anjo de Jeová parado na estrada, tendo sua espada desembainhada na mão. Inclinou-se imediatamente e prostrou-se com o seu rosto [em terra].

32 O anjo de Jeová disse-lhe então: “Por que espancaste tua jumenta estas três vezes? Eis que eu é que saí para fazer oposição, porque teu caminho tem sido temerariamente*1 contrário à minha vontade.

  1. “Teu caminho não é elegante (encantador; bom)”, LXX; Vg: “teu caminho é perverso”.

33 E a jumenta pôde ver-me e procurou desviar-se de mim estas três vezes. Suponhamos que ela não se tivesse*1 desviado de mim! Pois agora eu já te teria matado, mas a ela eu teria preservado viva.”

  1. “A menos que ela se tivesse”, LXX; Vg: “A menos que a jumenta se tivesse”; M: “Talvez ela se tenha.”

34 Em vista disso, Balaão disse ao anjo de Jeová: “Pequei, porque eu não sabia que estavas parado na estrada ao meu encontro. E agora, se isso é mau aos teus olhos, deixa-me voltar.”

35 Mas o anjo de Jeová disse a Balaão: “Vai com os homens; e nada a não ser a palavra que eu te falar é a que podes falar.” E Balaão seguiu com os príncipes de Balaque.

36 Quando Balaque chegou a ouvir que Balaão havia chegado, saiu imediatamente ao seu encontro na cidade de Moabe, que se acha na margem do Árnon, que está na extremidade do território.

37 Balaque disse então a Balaão: “Não é que te mandei chamar? Por que não vieste a mim? Não sou real e verdadeiramente capaz de te honrar?”

38 Então Balaão disse a Balaque: “Eis que agora vim ter contigo. Acaso serei capaz de falar alguma coisa? Falarei a palavra que Deus puser na minha boca.”

39 Portanto, Balaão foi com Balaque e eles chegaram a Quiriate-Huzote.

40 E Balaque passou a oferecer em sacrifício gado vacum e ovelhas, e enviou alguns a Balaão e aos príncipes que estavam com ele.

41 E sucedeu, de manhã, que Balaque foi tomar Balaão e foi levá-lo para cima a Bamote-Baal,*1 para que dali visse*2 o povo inteiro.

  1. “Bamote-Baal”, significando “Altos de Baal”. Os baalins cananeus usualmente tinham nomes que indicavam uma ligação com determinadas localidades. Esses nomes depois vieram a ser dados às próprias localidades, tais como Baal-Hermom, Baal-Hazor, Baal-Zefom.

  2. Ou “e chegou a ver”.