Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

Gênesis

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Gênesis, 42

1 Por fim, Jacó chegou a ver que havia cereais no Egito. Jacó disse então a seus filhos: “Por que estais olhando um para o outro?”

2 E acrescentou: “Eis que eu soube que há cereais no Egito. Descei para lá e comprai de lá para nós, para que fiquemos vivos e não morramos.”

3 Desceram, pois, dez irmãos de José para comprar cereal do Egito.

4 Mas Jacó não enviou Benjamim, irmão de José, com os outros irmãos dele, porque dizia: “Senão lhe poderia sobrevir um acidente fatal.”*1

  1. Lit.: “uma cura”, usado como eufemismo para “acidente fatal”.

5 Os filhos de Israel vieram assim junto com os outros que vinham comprar, porque havia fome na terra de Canaã.

6 E José era o homem no poder sobre o país. Era ele quem vendia a todo o povo da terra. Por conseguinte, os irmãos de José vieram e curvaram-se diante dele com os seus rostos por terra.

7 Quando José viu os seus irmãos, reconheceu-os imediatamente, mas fez-se irreconhecível para eles. Falou-lhes assim rispidamente e disse-lhes: “Donde viestes?” ao que disseram: “Da terra de Canaã, para comprar mantimentos.”

8 José reconheceu assim os seus irmãos, mas eles mesmos não o reconheceram.

9 José se lembrou imediatamente dos sonhos que tivera com respeito a eles e prosseguiu, dizendo-lhes: “Sois espiões! Viestes para ver a condição exposta*1 do país!”

  1. Ou “a condição indefesa”. Lit.: “a nudez”.

10 Disseram-lhe então: “Não, meu senhor, mas os teus servos vieram para comprar mantimentos.

11 Todos nós somos filhos de apenas um só homem. Somos homens retos. Teus servos não agem como espiões.”

12 Mas ele lhes disse: “Não é assim! Pois viestes para ver a condição exposta do país!”

13 A isso disseram: “Teus servos são doze irmãos. Somos os filhos de apenas um só homem na terra de Canaã; e eis que o mais moço está hoje com o nosso pai; quanto ao outro, já não existe.”

14 No entanto, José disse-lhes: “É o que vos falei, dizendo: ‘Sois espiões!’

15 Sereis provados pelo seguinte: Assim como vive Faraó, não saireis daqui a menos que venha para cá o vosso irmão mais moço.

16 Enviai um de vós, para que venha trazer vosso irmão, enquanto ficais presos, para que as vossas palavras sejam provadas quanto à veracidade no vosso caso. E do contrário, então, assim como vive Faraó, sois espiões.”

17 Com isso os recolheu juntos por três dias à detenção.

18 Depois, José disse-lhes no terceiro dia: “Fazei o seguinte e ficai vivos. Eu temo o [verdadeiro] Deus.

19 Se fordes retos, fique preso um dos vossos irmãos na vossa casa de detenção; os demais de vós, porém, ide, tomai cereais para a fome nas vossas casas.

20 Então me trareis o vosso irmão mais moço, para que as vossas palavras sejam achadas fidedignas; e não morrereis.” E passaram a fazer assim.

21 E começaram a dizer um ao outro: “Somos indubitavelmente culpados com respeito ao nosso irmão, porque vimos a aflição de sua alma, quando implorou compaixão da nossa parte, mas não escutamos. É por isso que esta aflição veio sobre nós.”

22 Rubem respondeu-lhes então, dizendo: “Não vos disse eu: ‘Não pequeis contra o menino’, mas não escutastes? E eis que agora certamente se exigirá de volta seu sangue.”

23 Quanto a eles, não sabiam que José estava escutando, porque havia um intérprete entre eles.

24 Conseqüentemente, retirou-se deles e começou a chorar. Voltou então a eles e falou-lhes, e tomou deles Simeão e prendeu-o diante dos seus olhos.

25 Depois, José deu a ordem, e foram encher seus receptáculos de cereais. Também, haviam de restituir o dinheiro dos homens ao saco individual de cada um e dar-lhes provisões para a jornada. Concordemente, fez-se-lhes assim.

26 Carregaram então seus cereais sobre os seus jumentos e partiram dali.

27 Quando um deles abriu seu saco para dar forragem ao seu jumento, na pousada, viu seu dinheiro, e eis que estava na boca da saca.

28 A isso ele disse aos seus irmãos: “Meu dinheiro foi devolvido e eis que está aqui na minha saca!” Desfaleceu-lhes então o coração, de modo que se voltaram um para o outro, tremendo e dizendo: “Que é isto que Deus nos tem feito?”

29 Por fim chegaram a Jacó, seu pai, à terra de Canaã e contaram-lhe todas as coisas que lhes sobrevieram, dizendo:

30 “O homem que é senhor*1 do país falou conosco rispidamente, visto que nos tomou por homens que espionavam o país.

  1. Hebr.: ’adho·néh, pl., para denotar excelência.

31 Mas dissemos-lhe: ‘Somos homens retos. Não agimos como espiões.

32 Somos doze irmãos, filhos de nosso pai. Um já não existe, e o mais moço está hoje com o nosso pai na terra de Canaã.’

33 Mas o homem que é senhor do país disse-nos: ‘Nisto saberei que sois retos: Fazei um irmão vosso ficar comigo. Tomai então algo para a fome nas vossas casas e ide.

34 E trazei-me vosso irmão mais moço, para que eu saiba que não sois espiões, mas que sois retos. Eu vos devolverei o vosso irmão e podereis fazer negócios no país.’”

35 E sucedeu que, ao esvaziarem seus sacos, eis que a trouxinha de dinheiro de cada um se encontrava no seu saco. E tanto eles como seu pai puderam ver as suas trouxinhas de dinheiro e ficaram com medo.

36 Jacó, seu pai, exclamou então para eles: “A mim é que privastes de filhos! José já não existe e Simeão já não existe, e haveis de tomar Benjamim! É a mim que sobrevieram todas estas coisas!”

37 Mas Rubem disse a seu pai: “Meus próprios dois filhos podem ser mortos por ti se não to trouxer de volta. Entrega-o aos meus cuidados e serei eu quem to restituirá.”

38 No entanto, ele disse: “Meu filho não descerá convosco, porque seu irmão está morto e ele ficou só. Se lhe acontecesse algum acidente fatal*1 no caminho pelo qual fordes, então certamente faríeis meus cabelos grisalhos descer com pesar ao Seol.”*2

  1. Veja v. 4 n.

  2. “Ao Seol.” Hebr.: she’óh·lah; gr.: eis haí·dou; sir.: la·shiul; lat.: ad ín·fe·ros. Veja Ap. 4B.