Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)

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Jó, 30

1 “E agora se riram de mim, Os que são mais jovens do que eu, Cujos pais eu teria recusado Pôr com os cães do meu rebanho.

2 Mesmo o poder das suas mãos — que me adiantou? Pereceu neles o vigor.

3 Por causa da carência e da fome são estéreis, Roendo uma região árida [Onde] ontem havia tempestade e desolação.

4 Arrancavam a erva salgada junto aos arbustos E a raiz das giestas-das-vassouras era seu alimento.

5 Estavam sendo expulsos da comunidade; Gritava-se contra eles como contra um ladrão.

6 [Têm de] residir na própria encosta dos vales de torrente, Em buracos de pó e nas penhas.

7 Bramavam entre os arbustos; Conchegavam-se debaixo das urtigas.

8 Filhos do insensato, também filhos daquele que não tem nome, Foram enxotados da terra a chicotadas.

9 E agora eu me tornei até mesmo o assunto da sua canção, E sou para eles um rifão.

10 Detestaram-me, mantiveram-se longe de mim; E não se refrearam de cuspir-me na face.

11 Pois ele soltou [minha] própria corda de arco e passou a humilhar-me, E por minha causa deixaram solto o freio.

12 Levantam-se à minha direita como uma laia; Soltaram os meus pés, Mas passaram a aterrar contra mim as suas desastrosas barreiras.

13 Desfizeram as minhas sendas; Só foram de proveito para aquilo que me é adverso, Sem que tivessem ajudador.

14 Passaram a vir como que por uma larga brecha; Rolaram adiante sob uma tempestade.

15 Terrores repentinos foram voltados contra mim; Meu porte nobre é perseguido como pelo vento,*1 E como uma nuvem passou a minha salvação.

  1. “Como pelo vento.” Hebr.: ka·rú·ahh. Veja Gên 1:2 n.: “ativa”.

16 E agora se derramou a minha alma dentro de mim; Apoderam-se de mim dias de tribulação.

17 À noite, os próprios ossos meus foram furados [e caíram] de mim, E [as dores] que me estão roendo não folgam.

18 Minha vestimenta muda pela abundância de poder; Cinge-me como a gola da minha veste comprida.

19 Ele me fez descer ao barro, De modo que mostro ser semelhante a pó e cinzas.

20 Clamo a ti por ajuda, mas não me respondes; Fiquei de pé, para que atentasses em mim.

21 Transformas-te para ficar cruel comigo; Com a plena força da tua mão me tens rancor.

22 Levantas-me ao vento, fazes-me cavalgá-lo; Depois me dissolves com um estrondo.

23 Pois sei muito bem que me farás recuar à morte E à casa de reunião para todo o vivente.

24 Somente que ninguém estende a sua mão contra um mero monte de escombros, Nem se faz durante a decadência um clamor por ajuda a respeito de tais coisas.

25 Eu certamente chorei por aquele que teve um dia árduo; Minha alma se penalizou pelo pobre.

26 Embora eu aguardasse o bem, chegou o mal; E eu esperava a luz, mas chegaram as trevas.

27 Meus próprios intestinos foram postos a ferver e não ficaram quietos; Confrontaram-me dias de tribulação.

28 Andei em volta triste quando não havia luz do sol;*1 Levantei-me na congregação,*2 continuei a clamar por ajuda.

  1. “Luz do sol”, M; mediante uma correção: “consolo”.

  2. “Na congregação.” Hebr.: vaq·qa·hál; gr.: ek·kle·sí·ai.

29 Tornei-me irmão de chacais E companheiro das filhas de avestruzes.

30 Minha própria pele ficou preta [e caiu] de mim, E meus próprios ossos ficaram candentes por causa da sequidão.

31 E minha harpa ficou apenas para o pranto, E meu pífaro, para a voz dos que choram.