Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)
Jó
Jó, 41
1 “Acaso podes puxar para fora o leviatã*1 com um anzol Ou podes manter-lhe a língua abaixada com uma corda?
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2 Podes pôr-lhe um junco nas narinas Ou furar-lhe a queixada com um espinho?
3 Far-te-á muitos rogos Ou dir-te-á palavras suaves?
4 Concluirá contigo um pacto Para que o tomes como escravo por tempo indefinido?
5 Divertir-te-ás com ele como se fosse um pássaro, Ou o atarás para as tuas moças?
6 Acaso o regatearão*1 sócios? Acaso o dividirão entre os comerciantes?*2
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7 Porventura encherás a sua pele de arpões Ou a sua cabeça de chuços de pesca?
8 Põe tua mão sobre ele. Lembra-te da batalha. Não o faças de novo.*1
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9 Eis que certamente ficará desapontada a expectativa que se tem dele. Também se é arremessado para baixo à mera vista dele.
10 Ninguém é tão audaz que o incite. E quem é que se pode manter firme diante de mim?
11 Quem me deu primeiro alguma coisa, que eu o deva recompensar? Debaixo dos céus inteiros, é meu.
12 Não me calarei sobre as suas partes Ou sobre a questão da [sua] potência e da graça das suas proporções.
13 Quem expôs a face da sua vestimenta? Quem entrará na sua queixada dupla?*1
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14 Quem abriu as portas da sua face?*1 Seus dentes em redor são aterradores.
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15 Leiras de escamas são a sua altivez, Fechadas como que por um selo apertado.
16 Uma se ajusta bem à outra, E nem mesmo o ar pode penetrar entre elas.
17 Cada uma é apegada à outra;*1 Agarram-se uma à outra e não podem ser separadas.
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18 Seus próprios espirros fazem brilhar a luz E seus olhos são como os raios da alva.
19 Lampejos procedem da sua boca, Sim, faíscas de fogo escapam.
20 Das suas narinas sai fumaça, Igual a uma fornalha acesa com juncos.
21 A própria alma*1 dele incendeia carvões, E até mesmo uma chama sai da sua boca.
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22 No seu pescoço hospeda-se a força, E diante dele pula o desespero.*1
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23 As dobras da sua carne se apegam uma à outra; Estão como que fundidas sobre ele, imóveis.
24 Seu coração é fundido como pedra, Sim, fundido como a mó inferior.
25 Por ele se levantar, amedrontam-se os fortes; Por causa da consternação, ficam confusos.
26 Ao alcançá-lo, a própria espada não se mostra à altura, Nem tampouco a lança, o dardo ou a ponta da flecha.
27 Considera o ferro apenas como palha, O cobre apenas como pau podre.
28 Uma flecha*1 não o põe em fuga; As pedras de funda foram transformadas para ele em mero restolho.
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29 O cacete foi considerado [por ele] como mero restolho, E ri-se do retinir do dardo.
30 Suas partes de baixo são como cacos pontiagudos;*1 Estende sobre a lama um instrumento de debulhar.
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31 Faz as profundezas ferver como panela; Faz o próprio mar igual a um pote de ungüento.
32 Atrás de si faz luzir a senda;*1 Considerar-se-ia a água de profundeza como cãs.*2
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33 Sobre o pó não há quem lhe seja igual, Alguém feito para não ter terror.
34 Vê tudo o que é alto. É rei sobre todas as feras majestosas.”*1
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