Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências (Rbi8, pt-BR, 1986)
Jó
Jó, 33
1 “Agora, porém, ó Jó, por favor, ouve as minhas palavras,*1 E dá ouvidos a tudo o que eu falar.*2
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2 Por favor, eis que tenho de abrir minha boca; Minha língua com meu palato tem de falar.
3 Minhas declarações são a retidão de meu coração, E conhecimento é o que meus lábios enunciam sinceramente.
4 O próprio espírito de Deus*1 me fez E o fôlego do próprio Todo-poderoso passou a fazer-me viver.
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5 Se puderes, replica-me, Enfileira [palavras] diante de mim; toma deveras a tua posição.
6 Eis que sou para o [verdadeiro] Deus exatamente o que tu és; Também eu fui moldado do barro.
7 Eis que nenhuma terribilidade minha te apavorará E nenhuma pressão da minha parte pesará sobre ti.
8 Apenas tu disseste aos meus ouvidos, E eu ouvia o som das [tuas] palavras:
9 ‘Sou puro, sem transgressão; Estou limpo, não tenho erro.
10 Eis que ele acha ensejo para oposição contra mim, Toma-me por inimigo seu.
11 Põe os meus pés no tronco, Vigia todas as minhas veredas.’
12 Eis que nisto não tiveste razão, respondo-te eu; Porque Deus*1 é muito mais do que um homem mortal.
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13 Por que é que contendeste com ele, Porque não responde a todas as tuas palavras?
14 Porque Deus*1 fala uma vez E duas vezes — embora não se repare nisso —
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15 Num sonho, numa visão da noite, Quando profundo sono cai sobre os homens Durante os cochilos sobre a cama.
16 É então que ele destapa o ouvido dos homens E apõe seu selo à exortação [dada] a eles,
17 Para desviar o homem*1 do seu ato E para encobrir do varão vigoroso*2 o próprio orgulho.
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18 Refreia a sua alma de [ir à] cova E sua vida de desaparecer por meio duma arma de arremesso.*1
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19 E ele é deveras repreendido com dor sobre a sua cama, E a altercação dos seus ossos é contínua.
20 E sua vida certamente torna o pão repugnante E a sua própria alma, comida desejável.
21 Sua carne se definha diante da vista E seus ossos que não se viam certamente ficam expostos.
22 E sua alma se chega à cova E sua vida aos que infligem a morte.*1
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23 Se há para ele um mensageiro,*1 Um porta-voz,*2 um dentre mil, Para contar ao homem a sua retidão,*3
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24 Então ele o favorece e diz: ‘Isenta-o de descer à cova! Achei um resgate!*1
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25 Torne-se a sua carne mais fresca do que na infância; Volte ele aos dias do seu vigor juvenil.’
26 Suplicará a Deus*1 para que tenha prazer nele, E verá a sua face com gritos de alegria, E Ele restituirá a Sua justiça ao homem mortal.*2
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27 Cantará para os homens e dirá: ‘Pequei; e perverti o que era reto E certamente isso não era próprio para mim.
28 Ele remiu a minha*1 alma de passar para a cova, E a minha própria vida verá a luz.’
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29 Eis que todas estas são as coisas que Deus*1 realiza, Duas vezes, três vezes, no caso dum varão vigoroso,
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30 Para fazer a sua alma recuar da cova, Para que fique esclarecido com a luz*1 dos viventes.
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31 Presta atenção, ó Jó! Escuta-me! Cala-te, e eu mesmo continuarei a falar.
32 Se houver quaisquer palavras [para dizer], replica-me; Fala, pois me agradei da tua justiça.
33 Se não houver nenhuma, escuta-me tu mesmo; Cala-te, e eu te ensinarei sabedoria.”